SAUDADE - ETERNA CHUVA QUE FICOU
O que é a beleza senão a Luz que nos acalma?
- O Castelo do Rei Scarparo de Mauro Martins Santos, Pg. 33 -
Chuva calma.
Tudo na mente enlaça.
Menos em minh‘alma,
Que pensa; mas o destino traça.
Tu lá fora, molhas a casa onde estou,
Ruas de pedra, e parede a escorrer.
Fazes um vulto assomar-se na vidraça,
Suavizas a tristeza, me vens a socorrer.
Digas tu, por favor, quem agora sou?
Vens-me em um doce acalanto,
És toda minha dialética, Sophia!
A mim és ternura, inteira poesia,
Minha querida, todo meu encanto,
Fim e razão, tu és minha filosofia.
Onde estás neste instante agora
Quando de mim te foste embora?
Por ignota vaidade e tal orgulho,
Calado, não ousara te perguntar.
Diz se podes, para onde me voltar?
Por todo nosso campo e aldeias
A ti procurei por todos os cantos,
Na grande cidade; em busca de ti.
Busquei-te pelos nossos recantos,
Perambulei pela ¹Centrálne Námestie.
Sentei-me no banco onde ficávamos
Sobre o rio as pontes cruzei, tanto...
Debruçando tristeza e amargura
Assistido pelos inertes Santos
Pela luz, iluminados com brandura.
Brilho no Danúbio, fluir do tempo.
Santos... Adentrem a Catedral,
Retirem-me, deste branco inverno,
Quebrem-lhe o silêncio sepulcral.
Clamem por mim, a ela, ó ventos!
Enquanto em mim, esta grande dor,
Que me invade o peito, triste emoção.
Ó águas! Levem o brilho de sua luz,
Busquem-na, doem-lhe meu coração.
Sigam com o vento firmar tal doação!
Este ardor cruza as pontes escuras
Penando, junto a tantos que passeiam,
Debruçando as tristezas e amarguras
Ao fluir do rio, débeis luzes permeiam,
Ainda eu a busco nesta insana procura!
Atento nas águas vejo: só lembranças.
Disseste: "Vou-me só por um pouco...
Por saudades da Aldeia da Esperança,
A Fonte Sonora: há tempo não a vejo!"
Foi o que disseste ao ires num lampejo.
Nuvens, que correm pelo céu turbulento,
Passando rente à Catedral de Bratislava.
São cúpulas que me condenam à solidão...
Sophia olha da janela, seu rosto lá estava!
A chuva escorrendo pela vidraça,
Olhando a água, por através da vastidão
Suas mãos sobre minhas velhas poesias...
É verão. Chove na vidraça de meu coração.
Dizem as poesias que fiz para ti Sophia:
"O Verbo - no Início, a Metafísica Ciência.
Solidão e tua ausência, se tornaram grafia.
Meu amor por ti se fez parte da Natureza,
E da criacional capacidade, minha Teologia:
Princípio Cósmico da Ordem e da Beleza!"
[Mauro Martins Santos]
Tudo na mente enlaça.
Menos em minh‘alma,
Que pensa; mas o destino traça.
Tu lá fora, molhas a casa onde estou,
Ruas de pedra, e parede a escorrer.
Fazes um vulto assomar-se na vidraça,
Suavizas a tristeza, me vens a socorrer.
Digas tu, por favor, quem agora sou?
Vens-me em um doce acalanto,
És toda minha dialética, Sophia!
A mim és ternura, inteira poesia,
Minha querida, todo meu encanto,
Fim e razão, tu és minha filosofia.
Onde estás neste instante agora
Quando de mim te foste embora?
Por ignota vaidade e tal orgulho,
Calado, não ousara te perguntar.
Diz se podes, para onde me voltar?
Por todo nosso campo e aldeias
A ti procurei por todos os cantos,
Na grande cidade; em busca de ti.
Busquei-te pelos nossos recantos,
Perambulei pela ¹Centrálne Námestie.
Sentei-me no banco onde ficávamos
Sobre o rio as pontes cruzei, tanto...
Debruçando tristeza e amargura
Assistido pelos inertes Santos
Pela luz, iluminados com brandura.
Brilho no Danúbio, fluir do tempo.
Santos... Adentrem a Catedral,
Retirem-me, deste branco inverno,
Quebrem-lhe o silêncio sepulcral.
Clamem por mim, a ela, ó ventos!
Enquanto em mim, esta grande dor,
Que me invade o peito, triste emoção.
Ó águas! Levem o brilho de sua luz,
Busquem-na, doem-lhe meu coração.
Sigam com o vento firmar tal doação!
Este ardor cruza as pontes escuras
Penando, junto a tantos que passeiam,
Debruçando as tristezas e amarguras
Ao fluir do rio, débeis luzes permeiam,
Ainda eu a busco nesta insana procura!
Atento nas águas vejo: só lembranças.
Disseste: "Vou-me só por um pouco...
Por saudades da Aldeia da Esperança,
A Fonte Sonora: há tempo não a vejo!"
Foi o que disseste ao ires num lampejo.
Nuvens, que correm pelo céu turbulento,
Passando rente à Catedral de Bratislava.
São cúpulas que me condenam à solidão...
Sophia olha da janela, seu rosto lá estava!
A chuva escorrendo pela vidraça,
Olhando a água, por através da vastidão
Suas mãos sobre minhas velhas poesias...
É verão. Chove na vidraça de meu coração.
Dizem as poesias que fiz para ti Sophia:
"O Verbo - no Início, a Metafísica Ciência.
Solidão e tua ausência, se tornaram grafia.
Meu amor por ti se fez parte da Natureza,
E da criacional capacidade, minha Teologia:
Princípio Cósmico da Ordem e da Beleza!"
[Mauro Martins Santos]
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1. Praça Central, no idioma eslovaco.
1. Praça Central, no idioma eslovaco.
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