segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

EU QUERO ME CURAR DE MIM




HUMILDADE
FRASES TÃO SIMPLES QUANTO PODEM SER
M. Martins Santos.

Gerações se foram outras vêm
Derriçando tudo que era do Bem!

Ninguém sabe o quanto o bem é querido,
Senão depois de lamentá-lo quando perdido!

Quando estou contigo, queria que o dia chegasse bem devagarinho
como se não quisesse que a estrela D'Alva fosse embora...

Toda Arte que reproduz o belo, tem parentesco com a natureza, descende do Criador, é nossa irmã.

Sou o mais rico dos mortais,
Isso não preciso provar a ninguém.
Quanto menos tenho mais rico sou,
Passarei a vida isento da escravidão material!

Os que sofrem todas as agruras e vicissitudes da vida, são estes nossas janelas, frestas que se entreabrem para o Paraiso. Atentem para eles, são mais que nosso próximo, são os arautos que Deus embaralhou em meio à multidão. "Quem fizer o bem a um desses pequeninos a Mim o fará." Disse-nos Jesus.

O rei que não andar a pé pelas ruas, jamais ficará sabendo
o que pensa e sofre o povo de seu reino.

A filosofia não sobe aos céus sem antes dele ter descido.

* Ao final desta frases, deparei-me com um vídeo, cuja jovem palestrante falava exatamente sobre a HUMILDADE, e não pude deixar de incluir um texto a respeito.

É com grande alegria que ainda no inicio deste ano trago uma reflexão que considero extremamente importante, a HUMILDADE.
Sei que você que está me lendo agora tem o desejo de se tornar uma pessoa melhor e isso passa de imediato pelo exercício da humildade.
Muitas vezes o nosso ego quer nos pregar peças nos dizendo internamente que somos muito bons, que somos muito virtuosos, que somos melhores do que os outros etc. etc.
Nessa hora a gente precisa ser mais humilde reconhecer o quanto erramos, o quanto falhamos e quanto ainda temos que aprender e melhorar a cada dia.
O que me inspirou a escrever esse texto foi um vídeo  que assisti.  Um breve vídeo que traz o depoimento de vida da jovem pernambucana Flaira Ferro, cantora e dançarina de Pernambuco.
Compartilho abaixo o vídeo para que você assista e também a transcrição da parte que achei mais impactante e profunda nas suas palavras.
Ela diz: “Isso foi muito arrebatador para mim, porque eu vi que através da arte eu estava acessando as pessoas num lugar um pouco mais profundo do que já tinha vivido até então.
E isso passou a fazer muito mais sentido para mim enquanto artista. A motivação agora não era mais ser aplaudida, nem o deslumbramento e a ilusão que o palco traz, mas sim a conexão de fato com a minha verdade, que automaticamente vai ressoando com a verdade das outras pessoas que buscam uma escuta verdadeira.
E desse processo, o que ainda é muito novo pra mim, tirei algumas conclusões e uma delas é a de que eu encontrei na minha fragilidade a minha força, descobri que a tristeza e as dores, elas podem ser otimizadas, porque elas são verdadeiros antídotos para a hipocrisia. Descobri que querer mudar é viver constantemente num exercício de humildade porque a gente vive num mundo que se estimula a competição, o individualismo, a vaidade.
Então querer mudar é ir contra isso diariamente e contra as nossas próprias sombras.
E percebi que ter consciência das nossas sombras é ter liberdade de escolha para conduzir os pensamentos, para conduzir as relações ao nosso redor.
Hoje, para mim, faz muito mais sentido, pensar numa arte que tenha um caminho altruísta, inclusivo e que é a ideia daquela frase: ‘sozinho a gente vai mais rápido, em grupo a gente vai mais longe. ’
E é esse longe que hoje me interessa enquanto artista e acredito que através da arte a gente pode sim convidar mais pessoas a repensarem como que tem conduzido as suas escolhas até aqui. Pra gente se despir, de fato, de todas as máscaras que a vida vai colocando e que a gente vai absorvendo. E se conectar, de fato, com o que a gente é de verdade.
Eu quero me curar de mim…
[Flaira Ferro]
In blog Para Além do Agora de Isaias Costa
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A cantora da bela canção "Me curar de mim" é mais uma palestrante do TEDxUFPE2016. Com uma voz encantadora e suave, consegue conquistar a todos. Mas o seu lado artístico não se limita à música. Também é dançarina, tendo dançado em países da América Latina, Europa, América do Norte e Ásia.
O interesse pela arte como ferramenta de aprimoramento humano e autoconhecimento sempre foram princípios condutores nas criações da artista. Em 2015 lançou o disco Cordões Umbilicais, seu primeiro projeto de música autoral como cantora e compositora.

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Sinopse da Palestra de Flaira Ferro
M. Martins Santos
São palavras lindíssimas e muito verdadeiras. O título dessa música que ela cantou é a mais pura verdade: EU QUERO ME CURAR DE MIM.
Esse “quero” ela faz soar bem forte e para valer! É preciso antes de tudo querer mudar, querer ser melhor... E querer implica estar motivado a se curar de si mesmo. Não deve existir o condicional “gostaria, e sim o presente (dado a si mesmo) “quero”, que leva para o “vou,” a saída da inércia e da zona de conforto.
Quanto mais o tempo passa e eu vou amadurecendo e, sobretudo envelhecendo, mais fica evidente na vida que não são as palavras que arrumamos como em um arranjo floral, que podem contribuir e ajudar na mudança  de si mesmo e das outras pessoas, mas a inequívoca  verdade contida dentro delas como boas sementes que se lançadas a bom solo irão germinar.
Venho transitando pelos caminhos da literatura procurando cada vez mais deixando meus rastros evidentes e bem marcados, o mais visível que posso no que faço, digo ou escrevo.  
A vida é muito breve, pode parecer lenta como um século quando muito jovem, mas breve como uma hora no ingresso à maturidade e envelhecimento. Não me importo em desnudar-me, falar que a coragem não se confunde com temeridade. Que tenho e todos temos nossos medos pela reconhecida fragilidade de nossas defesas físicas, as falhas que podem nos surpreender como um painel de instrumentos não dominado... Erros de cálculo de nosso “teto de voo” as panes a que estamos sujeitos.

Mas o legitimamente importante é aquele quero que a menina Flaira lá atrás, se dispôs a me indicar com eficiência e eficácia... A mim que tenho praticamente três idades dela. E daí? Não é a idade que está se contando e sim a verdade contida nas palavras vivas. Sua verdade malha em cada um dos defeitos como em ferros saídos da forja, modulando-os antes que esfriem, se congelem, não sendo mais possível fazer deles instrumentos úteis. Faz-nos ver que qualquer tempo é tempo e o melhor é o agora. Precisamos ouvir as verdades que escondemos de nós mesmos para nos tornar pessoas melhores.

É uma alegria poder ver que leitores de meus escritos sentem-se interessados por aquilo que escrevo, e pelo exato motivo do que disse Flaira: “porque não visto máscaras, não incorporo um personagem”. Basta-me saber que sou um ser humano que já errou muito, que caí e me machuquei, mas sempre houve interveniência divina, da qual não me envergonho em dizer que implorei para levantar-me de novo e de novo e vencer a batalha. Sempre vencemos uma batalha, das muitas que compõem a guerra da vida.

Que essa reflexão brilhante de Flaira Ferro, não seja em vão e venha nos ajudar nos momentos em que precisamos nos curar de nós mesmos. Das ‘sombras’ a que ela se refere, e que precisam ser iluminadas pela luz da nossa consciência e de uma maior e acima de nós.

Tenhamos  esse desejo de ser uma pessoa a caminho de muitos acertos e cada vez menos erros, dia a dia e com firme determinação a prosseguir nessa rota com humildade sincera, com Amor no coração e no dizer da palestrante “com o desejo de ser altruísta e inclusivo”!

Compartilho um breve áudio inspirado na linda poesia musicada por ela a qual canta em ‘capela’ - o que valoriza sua voz limpa e afinadíssima - que vale por outra palestra à parte, tal riqueza de ensinamentos sobre a vida [como se ela, menina, tivesse cem anos] sobre querer nos ‘curar’ de nos mesmos. Sermos a partir de hoje melhores que ontem, e amanhã melhores que hoje.

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