BONSAI - POESIA E ARTE VIVA
O bonsaísta Mauro Martins dos Santos sempre foi um apreciador de árvores. Na infância, acreditava que elas eram as responsáveis por produzir os ventos, pois sempre ficava apreciando o balançar dos galhos.
Esta paixão, inicialmente, chegou às letras através da poesia, e das artes, por meio do desenho. E há 16 anos, as árvores se
materializaram em forma de bonsai, que também é uma manifestação de arte, de arte viva!
São 110 vasos das mais variadas espécies, sendo a preferida delas a araucária, espécie que Mauro observava na infância e que está em risco de extinção. “Queria aproveitar e fazer um apelo aos bonsaístas de que cultivem araucária, dá certo, eu estou comprovando isto”, solicita. Ele prova que o bonsai é acessível a todos, basta ter vontade de aprender sobre esta arte, pois o resultado é surpreendente.
TÉCNICA APRIMORADA
A arte viva do bonsai
A internet é um território vasto que permite explorar o bonsai e fazer os primeiros ensaios nesta arte. Foi lá que Mauro procurou os conhecimentos iniciais seguindo-os de cursos. Hoje domina a técnica e é um entusiasta. O que começou com a coleção de imagens para apreciar as várias formas de bonsai, ganhou aprofundamento em pesquisas e, posteriormente, o levou à prática.
Copiar o máximo possível o formato de uma árvore quando está na natureza. Este é o objetivo dos bonsaístas. E qualquer tipo de árvore pode ser cultivado em bonsai, inclusive as frutíferas. Mauro tem exemplares de bonsai de mini-ponkã, amoras e laranjas, todos produzindo. Todavia, atenta que a mini-ponkã é uma espécie de árvore, ou seja, o fruto não é pequeno por ser bonsai. “Veja, a amora tem o tamanho do fruto de uma árvore em tamanho natural”, atenta. Há laranja que é um exemplar de bonsai em tamanho grande. Existem também os mini bonsai.
Bonsai teve origem na China
Apesar de muitos acreditarem que o bonsai tem origem japonesa, a arte nasceu na China. A nobreza chinesa se deslocava de um local para o outro e observava a variação de plantas.
Com a paixão pela natureza, começaram a avistar pequenas árvores que sofriam variações no formato com as adversidades climáticas. Passaram a trazer estas árvores in natura e a plantá-las em vasos, assim teve início a arte viva do bonsai que através da torção dos galhos e da poda dá às árvores o efeito observado na natureza.
ÁRVORE EM VASO
Bonsai deve ser mantido na área externa
Ao contrário do que muita gente imagina, o bonsai deve ser mantido na área externa da casa. Afinal, são árvores cultivadas em vasos, cujo intuito é reproduzir ao máximo possível um exemplar da natureza.
Mauro ensina que o bonsai precisa de quatro horas de sol por dia, por isso, quando a opção for por manter o vaso na área interna, ele deve ficar perto de uma janela que favoreça a entrada da luz solar. “Não existe bonsai para dentro de casa, mas nada impede que a pessoa o coloque por um tempo, desde que tome os cuidados necessários”, atenta.
O bonsai, em geral, precisa de duas regas diárias (manhã e tarde) e, segundo o bonsaísta, deve receber adubo orgânico ou químico, além das podas e das amarrações que dão o estilo desejado à planta. “Muitas pessoas não têm bonsai porque acham que é um hobby caro. Na verdade, não o é porque a gente pode adaptar os materiais. Não compro os materiais indicados, mas faço adaptações”, revela.
Para amarração que visa garantir o estilo à planta, por exemplo, Mauro usa fios de energia, pois são encapados e não vão prejudicar a planta. Já os espetos, espécie de estacas, podem ser de materiais diversos como inox, bambu, aço ou madeira. Na casa do bonsaísta, as árvores em vasos estão na frente da casa, espaço dedicado aos exemplares ainda em formação. No quintal fica a maioria dos bonsai, inclusive alguns que ganham adereços, pequenos enfeites.
Diariamente, Mauro dispensa cerca de meia hora nos cuidados diários com os bonsai, mas este tempo varia. “A rega é rápida, mas gosto de tirar uma ou outra folha seca, fazer as amarrações, apreciar o desenvolvimento da planta. É uma terapia”, confessa.
Mauro relata que muitos dos exemplares vendidos em supermercados não são bonsai, mas mudas. “Elas podem ser transformadas em bonsai com as técnicas”, diz. Existem exemplares retirados da natureza denominados Yamadori.
O exemplar mais antigo do bonsaísta tem 23 anos e foi adquirido em uma floricultura. Foi vendido por uma pessoa que herdou o bonsai. “É um fícus do litoral. Provavelmente, a pessoa não sabia como cuidar e vendeu”, estima.Nas mãos certas, há seis anos, o bonsai ganhou local de destaque na casa de Mauro.
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