terça-feira, 29 de setembro de 2015
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
POESIA-VIOLINO E POEMA-RABECA
VIOLINO-POESIA E RABECA-POEMA
Um poema é aquela poesia que queria que fosse uma rosa para lhe ofertar.
Escolhi a nossa cor predileta - a amarela - das pétalas mais aveludadas que pude conceber; mas meu poema não é uma rosa. Tentará ser sempre um lírio, dos mais belos do jardim. Mas sei que você adora os lírios também...
Assim fiquei pensando, em não “tocar” poesia, por não sabê-las dedilhar, não acertar sua afinação... Com isto, veio-me à lembrança uma frustração dos tempos da adolescência. Por mais de três anos tentei ser um violinista, onde o meu violino era a minha grande poesia. Mas não consegui dominá-lo. Ele também me recusou de todos os modos. Não nos demos bem. Parecia que ele me dizia; "Vá para os teclados", e eu até quase que ouvia essa voz!
O “Príncipe dos Instrumentos”, sem o qual não existe sinfonia que evoque a beleza e a magia que só ele produz - não me aceitou como amigo fiel.
Todos os instrumentos são importantes, mas ele é inigualável.
Sou um violinista frustrado. Mas francamente o que são três anos e tanto, frente aos doze anos para seu aprendizado? Além das especializações experimentos e técnicas das muitas possibilidades instrumentais, conhecer seus irmãos de nova geração: os elétricos de cinco cordas, não só as quatro fundamentais, mi, lá, ré e sol. E os estudos diários, seis “poucas horas”, para sempre, enquanto existir o embate dominante e dominado - sem saber-se quem está em qual lado.
Meu querido violino de madeira vermelha, modelo antigo, comprado de “Seo” Expedito, que ele próprio de idade muito avançada, gostava de se autodenominar de “Nego Véio” e eu de “Fio Maninguera” (ü) - que até hoje não sei o que seja o tal adjetivo. Mas devia ser coisa boa, pelo carinho com que “Seo” Expedito falava...
Não resistindo mais ver seu corpo sem alma, depositado em
sua “caixa-ataúde” o doei a um aluno carente, lamentando profundamente sua
despedida, seu adeus; não a minha atitude.
Foi embora com ele, boa parte da poesia que existia em mim. A música é a roupa de gala de todas as poesias. Ficou um vazio que precisava ser preenchido, como viver a vida sem um amor ao menos parecido? Vão-se as paixões ficam as ilusões. Sonhos sonhados e não realizados. Desejos e amores não almejados.
Estudando as histórias infantis mais a fundo, perscrutá-las com olhos e sentimentos aguçados, veremos que inúmeras têm um grande poder formativo e indutivo latente - psicodidático: quanto mais for o vetor de sua emissão e nossa captação em ver nele o “ensinando a aprender”.
Foi embora com ele, boa parte da poesia que existia em mim. A música é a roupa de gala de todas as poesias. Ficou um vazio que precisava ser preenchido, como viver a vida sem um amor ao menos parecido? Vão-se as paixões ficam as ilusões. Sonhos sonhados e não realizados. Desejos e amores não almejados.
Estudando as histórias infantis mais a fundo, perscrutá-las com olhos e sentimentos aguçados, veremos que inúmeras têm um grande poder formativo e indutivo latente - psicodidático: quanto mais for o vetor de sua emissão e nossa captação em ver nele o “ensinando a aprender”.
A história, “O pobre menino violinista”, tocando nas
esquinas de um tempo barroco, para ganhar umas moedas e levá-las para casa
ajudar a sua mãezinha... Foi (hoje analisando pela psicodidática), uma história
que mamãe me contava, como recurso comovente de convencimento a deixá-la pelo
seu gosto, a matricular-me no Conservatório Musical; trocando o futebol do
“Campinho da Enxada” e a natação no “Tancão” (que nós pré-adolescentes usávamos o aumentativo de tanque - para o represamento de um riacho) pelas três “infindáveis” horas obrigatórias de violino diárias - eventualmente não aos
domingos, e “dias santos”. Mais ainda, as lições trazidas para casa.
Depois, tomei gosto. Até ia ter aulas de reforço com o
maestro Vicente Muniz que regia sua orquestra homônima.
Por que esta crônica inclui a história de um violino? Porque não produzo poesias da mesma maneira que não faço música. Sou um teórico, um músico frustrado, como se pela minha vida tivesse passado um grande amor não correspondido.
Para acalmar a frustração, muito tempo depois, fui à Iguape. Lá se fazem legítimas rabecas – de forma artesanal. As mesmas usadas nas Festas do Divino (Espírito Santo), padroeiro da cidade. Encantei-me por elas.
Comprei minha rabeca-poema. Ela não é tocada do mesmo jeito, nem possui o mesmo som agudo do violino-poesia. Toca-se apoiada ao peito. Seu som fanhoso mais parece um lamento tristonho saído do fundo da alma. Alma que não necessariamente sofre por amor ou dor, apenas vive por uma fé, no dançar e cantar desse povo simples, caiçaras, autodidatas que elevam aos céus seu canto-poema.
Se, Cecília Meirelles disse: “Não sou alegre nem sou triste: sou poeta”.
Por que esta crônica inclui a história de um violino? Porque não produzo poesias da mesma maneira que não faço música. Sou um teórico, um músico frustrado, como se pela minha vida tivesse passado um grande amor não correspondido.
Para acalmar a frustração, muito tempo depois, fui à Iguape. Lá se fazem legítimas rabecas – de forma artesanal. As mesmas usadas nas Festas do Divino (Espírito Santo), padroeiro da cidade. Encantei-me por elas.
Comprei minha rabeca-poema. Ela não é tocada do mesmo jeito, nem possui o mesmo som agudo do violino-poesia. Toca-se apoiada ao peito. Seu som fanhoso mais parece um lamento tristonho saído do fundo da alma. Alma que não necessariamente sofre por amor ou dor, apenas vive por uma fé, no dançar e cantar desse povo simples, caiçaras, autodidatas que elevam aos céus seu canto-poema.
Se, Cecília Meirelles disse: “Não sou alegre nem sou triste: sou poeta”.
Digo: - Não toco violino-poesia, tento tocar
poema-rabeca!
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Comentário
de Maria Iraci Leal
Ao : Mauro Martins Santos
Encantada,
parabéns amigo poeta Mauro, maravilhosas letras, bjs MIL.
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
ESCOLHE, POIS, A VIDA
ESCOLHE, POIS, A VIDA
O fato de você amigo-irmão existir,
O fato de você amigo-irmão existir,
determina o fato de que existo.
Não quero ir-me de ti, nem nada exigir.
Disse Pessoa: "Morrer é a curva da estrada,
morrer é só não ser mais visto!
Isto diz respeito meu amado (a) amigo (a) que nós
mesmos não somos aquilo que conta realmente.
Não somos nós em uma relação os mais importantes.
Só configuramos nossa existência em uma dialética eternal: existimos frente a existência de outra pessoa, nosso interlocutor, interprete interpsicológico desse fenômeno de causa e efeito: - O fato de você existir determina o fato de que existo. O morrer além de comum entre viventes, é mais fácil ainda: - "morrer é só não ser mais visto".
Neste curtíssimo texto creio ter tido a enorme presunção de sintetizar a elevada questão existencial - não fosse o mínimo excerto de Fernando Pessoa que valida todo o entendimento.
ULTRAPASSAR
ULTRAPASSAR
Castelo desenhado sobre lenço de papel
As eras se passam e nelas revivemos as dificuldades,
moinhos que
eram parados,
agora se
movimentam em profusão.
Entre dois
vales, sustentando a todos os passantes,
o
romantismo de uma ponte
traz nódoas
ao relembrar.
Dias de
antanho e o tamanho martírio que simbolizavam aqueles dias, na vida de
cada transeunte que suas mazelas ali passavam.
Castelo e
casebre, par a par, senhor e vassalo sem dialogar,
e as águas
tranquilas seu curso seguiam, sem se importar.
Castelo medieval - Lápis e nanquim - mms
Dementes,
decentes, a plebe, o clero a cumprir suas sinas,
uns choram
a ruína, outros dizem, eu quero.
Passagens
certamente se farão, no puir, na bancarrota,
ou na
opulência marota, para poucos.
Passam
poetas, passam os loucos, em sua ânsia febril, e as águas
dolentes refletem o poento sol nascente,
e as tardes
de anil.
-Laís
Müller - Brasil
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Academia Guaçuana de Letras: UMA FOLHA AMARELA, o que ...
Academia Guaçuana de Letras: UMA FOLHA AMARELA, o que ...: UMA FOLHA AMARELA , o que é? É um papel pintado da cor, Ou manchado do mais puro azeite? ...
domingo, 20 de setembro de 2015
terça-feira, 15 de setembro de 2015
A POESIA, O TEMPO E O VENTO
A POESIA, O TEMPO E O VENTO
A POESIA, O TEMPO E O VENTO
Retornar
de um Tempo
Só
o Amor com sua ciência
Nos
retorna tão nascentes.
Nos
retorna à inocência
O
Amor nos faz carentes,
Doce
passado adolescente
Onde
o Tempo passou e levou;
Mas
vivi esse amor ardente,
Que
do coração não se apagou
Aquilo
que minha alma regou;
Esse
doce voltar somente,
O
meu coração - guardou...!
///.///.StºS
“Coração aperta no peito
Morre um pouco mais
A cada dia que se vai...”
[Wau]
Isto que se reflete e se
repete,
Faz-nos saber que a
lágrima é o sumo da vida,
Que sai quando se
espreme o coração,
Nesta malsinada vida,
mas tão querida,
Muito embora repleta
de ilusão!
-mms-
Tempus fugit... Nunca
cessa; como o vento que balouça as ramagens e poeticamente - meu “Eu”- mais antigo, pede licença: para dizer que são sim, as árvores que fazem o vento... São os
grandes leques, não os de madrepérolas e rendas negras, mas os de folhas, flores
e verde Esperança.
Quero
pedir a licença do Grande Criador de todos os Poemas, para dizer também, que o
tempo não existe lá fora, é o tique-taque dos relógios, o badalar dos
carrilhões e o bimbalhar de todos os sinos que esculpem no tempo invisível a imagem
do Invisível Tempo...
Quero
que a imagem esculpida seja a mais linda materializada que
jamais se viu por ninguém...!
Aquela
escultura do ser amado, que o queremos vivo e eternizado... Aquela bela dama nostálgica, tão saudosa do amado que se foi... Queda os dias refletindo sobre o
Tempo que lhe era tão belo; e esperando, ela espera... com os olhos perdidos no
infinito, seu grande amor voltar...!
Aquele
retrato pintado com arte sublimada, entremeando seu rosto no mais belo
pôr-do-sol, à aragem das brisas e o alçado voo dos pássaros em silhueta
contratada à palheta de cores!
Poetas
e escritores, sois todos criadores, pelas suas contribuições ao Belo,
ao Amor e à Paz - que de modo alado e encantado - nos fazem viajar entreabrindo
as Cortinas do Tempo - folheando como um álbum de figuras, as esquinas antigas de minha alma serena ou em golfões de ira santa a "expulsar os vendilhões do
Templo", no buscar mais profundo de nosso pensamento...
O
arrepio do Vento e do Tempo inexorável e passante - a poética saga nos alenta, antecipando o
Paraíso trazido ao real - iluminando os caminhos do derradeiro e incógnito final!
domingo, 13 de setembro de 2015
A ARTE E O TEMPO - Ensaio poético -
Eu nem senti
O Tempo passar...
Você de forma inimaginável
Veio aos meus braços solitários
E espalhou seu amor em mim,
E mesmo com tamanho amor assim,
A perder-se no tempo, o Tempo dá um fim...!
Eu sua ausência senti...
Quando o Tempo deixou-me acordar,
As cortinas afastar, o sol entrar,
Mostrar-me toda a imensidão do mar...
Antes apenas, um lindo e mágico painel,
Agora tudo é imenso, tudo intenso,
Meu horizonte azul, reflexo do céu!
Não me deixe nem me esqueça,
Por enquanto só me aqueça...
Ao ir deixe teu coração sobre a mesa
Pra vir buscá-lo com toda sua beleza,
E devolver o meu, que distraída o levou.
À noite faço não ver você se materializar,
Pra encantado mais outra vez ficar...
Para expor a sua beleza em renovo,
Como nunca ter visto você chegar
E ao ir-se deixa sempre um vazio novo...
A esperei... Esperei por longo Tempo,
Para afeiçoar-se bem a mim,
Pra acostumar-se em ser vivente,
Da tela não sair assim tão de repente...
Ainda não acredito ser eu a lhe criar
Como um deus pintei-lhe a Vida,
Não pensava essa maravilha realizar...
O quadro vazio e dois corpos a se abrasar!
_____________________________________________
Clique sobre os nomes dos escritores abaixo* para obter link do
Peapaz (Poetas e Escritores do Amor e da Paz)
Comentários:
Mensagem
Bravooo, Poeta !
A enormidade do amor, às vezes parece não caber num coração, que no entanto se alarga, abraça ... e depois se torna tão vazio ...
"(...) E mesmo com tamanho amor assim,
A perder-se no tempo, o Tempo dá um fim...! "
Parabéns, Amigo.
Bjs Wau
Um trabalho magnifico, parabéns, parabéns querido poeta Mauro, bjs
MIL.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
ÁRVORE - DE TI SE FEZ A CRUZ
ÁRVORE -
DE TI SE FEZ A CRUZ
Neste meu
buscar, de saber tão pouco
De versos
fazer - sou um eterno aprendiz...
Falar de
árvores? O gênio se faz mouco;
Insisto:
- Pinheiros! Qual! Nada ao poeta diz.
Tanto
pedi um pinheiro para a passarada:
Sendo um
bem alto como sempre quis;
Mas é na
pitangueira de beira-de-estrada
Que se
juntam todos, mais os bem-te-vis.
Serei
como eles, não é a madeira que seduz,
Todos os
pássaros para os céus desejam alçar,
Não
sabemos de qual madeira se fez a Cruz,
Mas que,
quem nela morreu, foi para nos salvar.
As
árvores são emblemáticas e metafóricas...
“Pássaros
do céu olhai, olhai dos campos os lírios”,
São do
Mestre tais parábolas, lindas e históricas,
Olhai os
braços da araucária e vede se não são círios!
Árvores
pilares da Terra, sem vós não viveremos;
Sois
integrantes e efetivas na manutenção da água,
Carece-nos
seca cruel para que de ti lembremos.
Feliz por
haver quem as ame muito e de verdade...
O amigo
Rubem Alves antes de seu voo ao céu alçar,
Plantou
para si, um Ipê Amarelo, em sua propriedade.
Mauro Martins Santos
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