Mauro Martins Santos - Membro fundador da Academia Guaçuana de Letras
Lembremo-nos que por vezes,
há necessidade em se dizer,
por meio de metáforas e parábolas
- assim sem se constranger -
o que nos é segredo da alma, e nos dói,
nem as caladas paredes podem saber;
O intransigível existe e se contrapõe
ao nosso campo de incisivas emoções,
Umas superáveis, outras nos justapõe
com o objeto do amor que um dia se foi.
As pessoas que mais amamos - às vezes achamos - que são as que mais nos decepcionam nos causam espanto ou surpreendem - por julgarmos que são, ou deveriam ser passivas - e esquecemo-nos fragorosamente que são humanas e clamam por ser livres.
Que não, como nós mesmos, suportam indefinidamente a prisão de anular-se perante o mundo, nos subterrâneos de uma vida secreta, um doublé de si mesmas.
E nisso somos inquietos, imediatistas, egocêntricos e incompreensíveis, na maioria das vezes.
Em estudo de causas, se verifica que os desenlaces afetivos recaem sobre esse fato: de partirmos do princípio que (nós) somos produtos acabados, protótipos aos demais semelhantes, e que (os outros) nos façam felizes quando quisermos, e não quando eles necessitarem serem feitos felizes.
É isto que escapa aos relacionamentos afetivos e os dentes, da engrenagem emocional, não se encaixam.
Porém a vida é paradoxal, como fosse experimental.
E calculo que realmente seja. Mormente no campo
passional.
Nesse entendimento - é a inquietação do amor que em secreto - dá ao universo o movimento em revolução, antes de ser analisado como força avassaladora - mais quando amamos em segredo - como algo autoimune que nasceu conosco, extravasa o coração e explode em paixão.
Nesse entendimento - é a inquietação do amor que em secreto - dá ao universo o movimento em revolução, antes de ser analisado como força avassaladora - mais quando amamos em segredo - como algo autoimune que nasceu conosco, extravasa o coração e explode em paixão.
É essa vertigem do amor secreto, que
faz girar os mundos
e nos confunde como atormentados da inquisição,
à busca do erro ou pecado de nossa
ardorosa paixão,
vasculhando a penumbra
subcorpórea abrasada,
invadindo qual tenazes nossa mente
desvairada
até as profundezas da mente e coração.
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Destarte toda perfídia do mundo, imaginamos ainda: se pudéssemos...
Ah, se assim pudéssemos... retroagir todas as voltas da espiral do tempo
a reencontrar nosso
grande amor;
isento de
culpas, como um dia surgimos os dois.
Reiniciarmos a
contar as estrelas do ponto onde paramos...
No silêncio da noite, a neblina nos evolvendo, a lua viajando serena
No silêncio da noite, a neblina nos evolvendo, a lua viajando serena
entre nuvens
rendilhadas no céu polvilhado em pó de prata.
Tu a buscares o abrigo e o calor dos braços meus.
Estavas tão fria, tão fria a noite...
E ao longe alguém talvez amando como tu e eu,
sofrendo ele a ausência de seu secreto amor,
- ao som de um violino cantava – no silêncio absoluto da noite –
esta canção:
Tu a buscares o abrigo e o calor dos braços meus.
Estavas tão fria, tão fria a noite...
E ao longe alguém talvez amando como tu e eu,
sofrendo ele a ausência de seu secreto amor,
- ao som de um violino cantava – no silêncio absoluto da noite –
esta canção:
Queima
no deserto o inclemente Sol,
Iluminando mais um dos dias esvaídos
Entre dunas e planuras intermináveis...
Queima minh’alma - do Sol a última chama
A clamar-te, já sob um céu de estrelas.
Meu horizonte secreto é uma vasta miragem,
A levar consigo meus sonhos e queixas,
Flano as asas em busca de tua imagem
Viva, sobre a aridez deste meu corpo.
Perfume flagrante tua doce lembrança deixas...
E do cansado lamento eu fiz meu segredo,
Para que tu fosses meu refrigério de encanto,
Iluminando mais um dos dias esvaídos
Entre dunas e planuras intermináveis...
Queima minh’alma - do Sol a última chama
A clamar-te, já sob um céu de estrelas.
Meu horizonte secreto é uma vasta miragem,
A levar consigo meus sonhos e queixas,
Flano as asas em busca de tua imagem
Viva, sobre a aridez deste meu corpo.
Perfume flagrante tua doce lembrança deixas...
E do cansado lamento eu fiz meu segredo,
Para que tu fosses meu refrigério de encanto,
Meu
oásis, altiva rainha de soberana calma;
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