quarta-feira, 27 de novembro de 2013


Mauro Martins Santos


Santos.mauro@yahoo.com.br

ORAÇÃO – PELA GRAÇA E GLÓRIA DO SANTO ESPÍRITO

 Pai Santo, Eterno Deus, Criador de todo o Universo. Mente Suprema que rege e coordena todo o sistema universal. A ti elevo meu coração contrito minha humilde e insignificância ordenação de palavras, minha oração, destituída d qualquer autoridade ou mérito, que parte Senhor de um ser inadequado e imperfeito sem Tua Proteção e Perdão. Pois há Senhor, na minha consciência, que não existe um só justo sequer sobre a face da Terra, senão aquele que um dia pisou este chão e morreu inocente na Cruz do Calvário, para nos redimir com Seu precioso sangue os nossos pecados. Morreu por nós, para nos salvar: “Pois todo aquele que crê em Mim, não pereça, mas tenha a Vida Eterna” – palavras de Jesus.

       Em meu fraco entendimento Pai Santo, ao elevar meu pensamento a Ti, me vêm as palavras de um teu filho missionário negro - ditadas pelo Teu Espírito Santo - na missão do: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda Criatura”;  a compreensão de todo o sofrimento e perseguição, discriminação, zombaria e humilhação e mortes que sofreram, e ainda sofrem em certos países, todos aqueles que falam em Teu nome, por intermédio  de Teu Santo Filho Jesus. No entando, o Espírito Santo continua a mover vidas para Ti, não importando serem homens ou mulheres. Continua a levar servos aos rincões mais inóspitos e perigosos da face do planeta, a doarem seus sentimentos físicos, dores, fome em prisões.

     Mortes são assistidas por outros que podiam intervir e não o fazem por conveniência de sua própria doutrina e dogmas que somente eles e a deles, desejam implantar. Países da África como Angola e outros, onde brasileiros, assistem a perseguição de seus irmãos brasileiros, por desejarem ser “os únicos amigos do rei”. “Infelizes aqueles que confiam nos príncipes da Terra”; “Serão lançados aos cães que lamberão seu sangue.”

Meu Senhor, fiquei estarrecido, ao saber que aqueles que falam de Ti ao povo diretamente, e procuram um canto onde se encontrar, lá no “primeiro mundo”, Europa, na França, sofrem terrível perseguição. Portas lhes são fechadas. Igrejas não são autorizadas pelos prefeitos, direção de comunas, cantões. A Igreja oficial intervém, impõe através das autoridades políticas suas normas e diretrizes contingentes e de patrulha ideológica. Os tempos do cristianismo puro, da Verdade, continuam Senhor como ainda nos tempos de Paulo, de João e de Pedro.

Não foram eles perdoados pelo poder vigente no mundo, foram acomodados convenientemente para agradar o povo. Como na história de Joana D’Arc, o mais claro e melhor exemplo de quinhentos anos de aclamação popular, a Igreja assente para não compungir, o povo pagador de impostos que mantém a acomodação confortável situação política-religiosa. E a França não tem tapete que comporte tal fato ser jogado por debaixo! Nem a Igreja. Esta se calará para a eternidade; deste e de outros tantos fatos.

Pai Eterno, de toda Sabedoria, Bondade, Justiça e Equanimidade, olhai para este mundo e sua conformação. Tende piedade de Teu Povo, que em nossa ignorância das coisas Superiores, não sabemos quem são os eleitos por Ti, apenas julgamos saber quem não são - pelas evidências de nossos sentidos, quando orientados pelo Teu Santo Espírito, percorremos as páginas das Sagradas Leis. Tu quando se reveste do Santo Espírito os milagres acontecem. O Espírito Santo paira e reside, em teus Anjos Guardiões das Hostes Celestiais, em Ti Senhor de onde emana todo o Poder e de teu Santo Filho Jesus.

No entanto, Deus Eterno, ao lermos o Livro de Atos dos Apóstolos, vemos, e damos graças às perseguições. Não fosse assim  Senhor, os missionários de Jerusalém, teriam se acomodado. As perseguições os fizeram se mover para mais longe, Nazaré, Samaria e sempre mais distante de Jerusalém, plantando sementes, deixando vida mais cômoda para trás, sofrendo torturas e sofrimentos e sempre mais perseguições que os impeliram à Grécia e à própria Roma, sede de onde partiu o mando de Cesar para a crucificação de Jesus Cristo, executada por um político, um Pôncio (governador) de Jerusalém, que lavou suas mãos para não ter problemas Político-administrativos com seu (“presidente”) Imperador Cesar. Usurpadores, cruéis invasores das terras livres do mundo todo conhecido na época. Vemos então meu Eterno e Poderoso Pai, que as coisas não mudaram nada, da morte de Jesus até nós, quanto aos adversários do bem do povo. O Povo com desde sempre foi um detalhe, degraus para a escada do poder de homens e mulheres de coração empedernido. Quanto mais cruéis e quanto mais enganosos, mais o povo os aclama: como aclamaram a Pôncio Pilatos que preferiam Barrabás a Jesus. Barrabás era um assassino, ladrão, seviciador, beberrão, enganador, mercenário, aproveitador de mulheres e tudo que um espírito imundo de criminoso possa conter. No entanto o povo em multidões o aclamaram, o escolheram para a soltura, em lugar de Jesus. E, comemoraram com festa, junto aos sacerdotes fariseus do Templo a vitória da religião, do povo e do poder.

Só nos resta nesta meditação, diretamente a Ti Meu Pai Divino e Onipotente, pedir-vos perdão pelos pecados da humanidade, tocar a mente de cada um ainda que leve outros milênios, para que os homens possam entender o mais óbvio, que são carne e osso, sangue e sopro de vida, que todos têm as mesmas necessidades fisiológicas, mesmos sentimentos de dor, tristeza, fome e sede. Que não confundam a liberdade do livre arbítrio com libertinagem, os homens que estão para nos governar não confundam igualdade, amor, fraternidade, com atos humanitários de libertinagem e promiscuidade. Isso Senhor, não levará a humanidade a lugar nenhum. Muito menos à salvação de suas almas.

Faço dessa minha meditação uma Oração diretamente a Ti meu Pai Eterno, único em todo o Universo Criado por Tua Mente, viva e pensante, capaz de entender a profundidade das palavras, ditas e as não ditas, por este teu humilde servo na Terra. Em Teu nome, de Teu Amado Filho Unigênito, que morreu para nos salvar dos pecados, e do Espírito Santo de Deus, Divino e Poderoso, hoje e para todo o sempre.

AMÉM !
 
Mauro Martins Santos
Membro fundador da Academia Gaçuana de Letras

 

 

terça-feira, 26 de novembro de 2013


Os Amigos e o Urso

Adaptado de Esopo por  Mauro Martins Santos

 

Uma vez andando por uma trilha na floresta, dois companheiros, levando o maior susto de suas vidas, toparam com um gigantesco urso pardo faminto. Um dos animais mais perigosos animais, acrescendo-se que estava á caça de proteínas para sua hibernação.

Nesta hora, foi um salve-se a quem puder. Um deles o mais magro e leve se safou subindo em uma alta e esguia árvore a qual seu medo o transformou num gato de agilidade e rapidez.  escalando uma árvore, mas o outro, mais gordo e pesado, não conseguiu subir no liso tronco.

Vendo que iria perecer sozinho nas garras e mandíbulas do urso, resolveu se atirar ao chão, fingindo-se de morto, como último recurso instintivo.

 O urso se aproximou dele desconfiado, o homem segurou a respiração. O animalão começou a cheirar, fungar e lambiscar sua orelha, a potencial vítima da fera aguentava firme. Pelos Céus, o urso convencionou para si, que não queria  comer coisa imóvel e morta, e se foi em seu andar bamboleante de banhas.

O amigo arredio, vendo tudo esse achando fora de perigo começou a descer da árvore mais lento e com mais dificuldade do que subiu, e, indagou:

- Ei amigo! O que o urso parecia falar aos seus ouvidos !? – Curioso!

- Você não vai acreditar, ele só me aconselhava a pensar e repensar duas ou mais vezes, antes de sair acompanhado com quem se diz bom companheiro mas que abandona os amigos na hora do perigo, em que mais precisa de ajuda.


Moral da história:

A desgraça e as adversidades põem à prova o amor a sinceridade e a amizade.


sexta-feira, 15 de novembro de 2013


MEUS CASTELOS PREFERIDOS - ///@//RO ///@RTI//S S@//TOS


Posted: 04 Nov 2013

                                                
      Castelo medieval de Guimarães

 
          O castelo de Guimarães é um castelo da Idade Média com reformas de tempos posteriores.
Sério, sóbrio, distinto, ele transmite uma nota que é muito própria aos palácios portugueses.
É uma nota que também faz pensar no Brasil e no estilo de ser brasileiro, e que é a seguinte.
Os castelos europeus são - na maioria - todos muito bonitos, mas estabelecem uma espécie de solução de continuidade entre o castelo  o castelão e quem lhes passa perto.
Eles transmitem a ideia de que o castelo é meio inacessível e onde é um tanto difícil de entrar.


          Essa ideia não é intrinsicamente ruim; pelo contrário, ela cabe bem no papel de quem tem sua dignidade superior. O seu propósito inicial. Nos tempos em que, quem era desconhecido, era um potencial inimigo. É a ideia que se passa.
Em linhas gerais eu não critico essa concepção geral das coisas, eu até a louvo.
Pois eu gosto muito das coisas imponentes, majestosas e que sabem estabelecer distâncias.


          Mas há alguma coisa na índole portuguesa que faz do afeto uma nota característica do espírito nacional, como também no espírito brasileiro.
E o velho castelo português, ou o velho solar português, não diz a quem passa: “Não entre porque eu sou um castelo.”
Mas diz o contrário: “Olha, eu sou um castelo. Não quer entrar?”
E o popular português olha para esse convite com um sorriso largo de quem se sente em seu Portugal, e bem interpretado pelo senhor feudal dono do castelo.
É também o caso de muitos outros solares um pouco apalaciados, como o Solar de Mateus que aparece em garrafas de um conhecido vinho rosé.
O castelo de Guimarães é muito imponente, muito distinto. E é digno de nele morar um príncipe.
          Mas ele sugere que qualquer um que nele entrar encontrará ali a sua própria casa. Que será recebido com afabilidade, com bondade, que é uma nota nova que Portugal e Brasil inauguram nas harmonias do mundo. São povos chamados a isso. Ao lado de autêntico castelo, Guimarães tem qualquer coisa de casa de família.
E quem não conhece o castelão, pode supor que ele é homem de sair e ficar conversando com gente que está em volta. E que ele é respeitadíssimo. Mais como patriarca do que como governador!


 
          O castelo encarna certa vocação para a patriarcalidade nas relações que é muito típica de Portugal, e também do Brasil.
Nas casas modernas não se sente mais a intimidade desses castelos, solares e fazendas, onde reuniam-se a parentela toda e a comunidade castelã.
É uma virtude que começou a perfumar o mundo partindo de dentro de Portugal. O modo brasileiro deve ser aos moldes desse.
Por exemplo, comparemos Guimarães com o esplêndido castelo mouro de Granada. Este tem uma beleza monumental mas que enregela os ânimos um pouco.
Tome a minha querida torre de Belém, o mosteiro da Batalha, o Jerônimos: não nos enregelam. A pessoa desabrocha lá dentro.
Há qualquer coisa que é própria ao gênio luso, que desabrocha no castelo de Guimarães.
Esse gênio assim não leva para a moleza. Basta estudar, ou ler um pouquinho a vida de Nuno Álvares, cavaleiro por excelência, ou de qualquer digno morador de um castelo português para constatá-lo.



          No castelo de Guimarães isso também se percebe.
Em frente dele há o terreno onde se travou uma batalha feroz, dentro das batalhas decisivas da história de Portugal.
Cristãos e mouros ali se agarraram, se mataram, rolaram uns aos outros, no meio das exclamações, das pancadas, das punhaladas e das espadadas, ferozmente...
Porque, todas as medalhas têm seu reverso. Foi a Batalha de São Mamede, travada na periferia da cidade em 24 de Junho de 1128, que teve importância decisiva para a formação do reino de Portugal.
          É assim que o castelo de Guimarães, ainda que só olhado por fora, deixa uma recordação marcante e de todo imperecível.

 Uma árvore que cai...
Com grifos e adaptações de Mauro Martins Santos - ///@//ro ///@rti//s S@//tos
 
 
 
DO ORIGINAL: "O Arco-íris está em sua cabeça

*Leonard Brand e Ernest Schwab
 
Se uma árvore cair na floresta e não houver ninguém para ouvir, será que a queda produzirá algum som? A pergunta pode parecer sem sentido, mas a resposta pode levar-nos a uma visão fascinante da natureza do som, das cores, dos sabores, da beleza, do amor e do gênio inventivo do Criador.
Quando uma árvore cai, seus ramos provocam deslocação de ar à sua volta, atingem outras árvores e, por fim, batem no chão com força. Todas as colisões de objetos contra objetos ou de objetos com o ar geram movimentos vibratórios, os quais se deslocam como uma onda. As vibrações das moléculas do ar ou ondas de som são controladas por leis físicas mensuráveis com exatidão. A natureza e o tamanho dos objetos colidentes e a força com que se impactam, controlam a forma e a complexidade das ondas sonoras, que se movem pelo ar em velocidade constante, controladas com precisão pelas leis da física. Assim pode parecer que o som é totalmente controlado pelas leis da física. Contudo, essa é uma conclusão prematura porque, até aqui, o que descrevemos são vibrações das moléculas do ar. Como essas vibrações se tornam um som?
O ouvido
Quando a árvore cai, um lenhador está trabalhando por perto. As ondas do som, ou moléculas do ar em vibração, produzem a oscilação de seus tímpanos e esse movimento é transmitido ao ouvido interno, onde uma longa fileira de receptores reage a elas. Os receptores de uma das extremidades da fileira respondem às ondas mais longas, percebidas por nós com sons graves. Os receptores da outra ponta são ativados por vibrações curtas, que percebemos como sons agudos. Entre os dois extremos há muitos outros receptores, cada um sintonizado numa faixa sonora intermediária e conectado ao cérebro por um nervo transmissor do sinal. O cérebro interpreta os sinais, permitindo-nos perceber o som.
Que tipo de sinal viaja ao longo de cada um dos nervos, conectando cada receptor ao cérebro? Seria um som que caminha através do nervo? Não, cada nervo transmite somente um impulso ou sinal elétrico. Os sinais elétricos de um receptor de sons graves e os sinais de um receptor de sons agudos são fisiologicamente os mesmos. Cada receptor do ouvido interno tem sua própria conexão nervosa com o cérebro. A única maneira de o cérebro saber se o som é grave ou agudo é através do nervo que transmite o sinal. Até aqui não temos nenhum som, somente vibrações aéreas de moléculas e impulsos elétricos ao longo de nervos.
Como a conexão entre o ouvido e o cérebro consiste apenas em impulsos elétricos, a origem do som de uma árvore caindo deve vir de algum lugar dentro do cérebro. Não há nenhum som viajando ao longo dos nervos; somente eletricidade. De alguma forma, o cérebro recebe os pulsos elétricos de vários nervos e os traduz numa percepção consciente a que chamamos “som”. O que percebemos como som é estritamente uma sensação gerada pelo cérebro. Leis da física e da química governam as vibrações das moléculas do ar e suas interações para tornar a vida possível, mas a vida é muito mais do que essas leis. A vida resulta de uma organização muito complexa não definida por elas, do mesmo modo que o desenho do seu carro não é controlado pelas leis da natureza, mas teve de ser criado. Somente o cérebro é capaz de produzir a sensação de som.
Para ilustrar porque um som não pode ser produzido somente por leis físicas, compare as conexões do ouvido com as conexões de um teclado de computador. Quando apertamos a tecla da letra M ou G, um sinal elétrico é enviado ao processador e trabalhado para reproduzir a letra correta na tela do monitor. Porém, as letras M ou G, como aparecem no monitor, são criadas dentro do com-putador e controladas pelas conexões entre teclado e monitor. A atividade elétrica num computador ou no cérebro cessaria imediatamente sem as leis da física, mas a forma das letras e a que teclas estão associadas não são controladas por qualquer lei da natureza - elas foram projetadas por um engenheiro. Assim, um especialista em computadores pode mudar facilmente as conexões para, ao se pressionar a tecla M, aparecer um G no monitor.
Da mesma forma, as leis físicas não podem determinar qual o som que vem de cada nervo; isso é feito por uma conexão arbitrária do ouvido. Se pudéssemos penetrar o interior do cérebro, desconectar os nervos e inverter as ligações, as vibrações agudas seriam percebidas como sons graves porque a parte do cérebro que gera essa percepção seria estimulada pela inversão das conexões. Uma flauta soaria como uma tuba e uma tuba seria percebida como uma flauta.
A vista
Vamos agora nos deslocar dos ouvidos para os olhos. A luz dos raios solares se reflete nos objetos à nossa volta. Alguns desses raios atingem os receptores luminosos da retina no fundo do olho. A maior parte dos raios de luz que chegam às folhas de uma árvore é absorvida, mas a luz verde é refletida.
Quando um receptor de luz é ativado por um raio luminoso, envia uma mensagem ao cérebro. Que tipo de mensagem é essa? Esses raios atingem nossa retina e enxergamos as folhas como verdes. Um vestido vermelho reflete os raios vermelhos e nossos olhos se encantam com a beleza da brilhante cor vermelha do vestido, assim como da garota que o está usando. É um impulso elétrico do mesmo tipo daqueles enviados pelo ouvido em resposta às vibrações do ar. Assim, se os mesmos impulsos elétricos transportam informações sobre ondas de som e raios de luz, por que nosso cérebro não se confunde? Pela mesma razão que um computador sabe a diferença entre o sinal da tecla M e o sinal da tecla G. Os circuitos que saem de cada tecla chegam a diferentes pontos dentro do computador. Igualmente, os nervos que partem da retina chegam a um lugar especial no cérebro, um nervo específico para cada sinal visual. Todas as informações procedentes desses ner-vos chegam ao cérebro como impulsos elétricos, e ele as interpreta como uma imagem visual.
Mas assim como tanto os raios de luz de ondas curtas como os de ondas longas são comunicados ao cérebro pelo mesmo tipo de sinal elétrico, o modo de interpretação desses sinais é o resultado de instruções (como os programas de computador) programadas para interpretar os sinais elétricos de cada parte do nervo ótico, e produzir a imagem visual correta. Em outras palavras, nossa percepção das cores vermelha e verde é o resultado de um sistema de processamento de informações. Nada nas leis da física define as características desse sistema; ele teve de ser inventado por um projetista inteligente.
Alguém pode argumentar que os comprimentos da onda luminosa produtores das cores variadas são bem conhecidos dos físicos e é perfeitamente previsível que o comprimento de onda será visto como uma cor específica. Sim, isso é verdade, em parte. Os comprimentos de onda do espectro visível da luz são o resultado de leis físicas precisas, e o modo como são refletidos pelas diferentes substâncias é uma característica bem consistente da natureza. Também é verdade que podemos prever que comprimento de onda iremos ver usualmente na cor verde. Mas as exceções são a chave para solucionar esse enigma. O fato de a maioria de nós enxergar o verde como resposta ao mesmo comprimento de onda luminosa, somente confirma o fato de que o cérebro é programado de forma muito confiável; podemos ter certeza de observar o verde sempre da mesma forma. Mas isso não é o mesmo para todos. Algumas pessoas são incapazes de distinguir algumas cores; elas não podem diferenciar o verde do vermelho. Será que as leis da física mudam quando seus olhos são estimulados pela luz? Claro que não, o comprimento de onda da luz refletida pelas folhas continua o mesmo. A diferença está na interpretação ocorrente no cérebro e no sistema ótico, produzida por uma instrução defeituosa na decodificação dos comprimentos de onda do vermelho e do verde.
Felizmente, o daltonismo não é um problema comum, e na maioria dos casos está limitado ao vermelho e ao verde. Isso nos diz que o centro cerebral de interpretação da luz é extremamente estável e confiável, mas, ainda assim, parece ser dependente da organização do cérebro. Noutras palavras, as cores que vemos não são controladas pelas leis da natureza, mas são o resultado do modo como o Criador projetou nosso cérebro. As cores, como nós as percebemos, existem somente nas espécies animais cujos cérebros produzem essa percepção cromática. Portanto, o arco-íris está em nossa cabeça. Se inventássemos um instrumento para detectar a luz, ele poderia somente medir o comprimento de onda luminosa, e não detectar que cor os seres humanos perceberiam quando seus cérebros a interpretassem.
Agora, lembrando a experiência que discutimos antes: desconectar as ligações nervosas do ouvi-do. Imagine que pudéssemos desligar o nervo do ouvido e invertêlo. Todavia, desta vez, imagine que pudéssemos desligar dois nervos, um do ouvido e um do olho, e trocá-los. Agora, o processador sonoro do cérebro receberia sinais elétricos do olho, e o processador visual captaria os sinais de ouvido. O que veríamos e ouviríamos? “Escutaríamos” a luz e “veríamos” o som! Com certeza nos confundiríamos completamente porque o processador visual não tem o programa certo para interpretar a informação sonora. Entretanto, veríamos algum tipo de padrão gerado pelos sinais sonoros. Escutaríamos também sons estranhos!
O sentimento do amor
Recorde-se de um momento especial em que você estava de mãos dadas com a pessoa amada, desfrutando os sons e as cores de uma linda paisagem montanhosa. Os sentimentos de amor e companheirismo tornaram as cores e os sons mais vívidos. De onde vieram essas sensações? Que leis da natureza controlam esses sentimentos, experiências, memórias e pensamentos em seu cérebro, os quais são a parte fundamental do sentimento de amor? O toque suave do ente querido em sua mão apenas estimulou os receptores do tato, e enviou sinais elétricos a pontos específicos do cérebro. Isso soa romântico, não é?
Se parássemos por aqui entenderíamos de física e química, mas não de amor e romance. Essa experiência sentimental não pode ser descrita pelas leis da física ou da química. É verdade que as leis da natureza unem as moléculas que tornam a vida possível, mas somente o cérebro é capaz de saber o significado daquele toque especial e de gerar um sentimento único, diferente daquele que seria produzido em resposta a outro toque suave. Amizade, companheirismo e amor são um belo sistema de relações dependentes de um programa analítico de informações inventado pelo Criador e colocado em nossos cérebros, do mesmo modo que os centros da percepção sonora e cromática.
Cremos que o amor exista porque o Criador nos ama e pretende que experimentemos relações muito além da física e da química, e nos levem a um tipo de contentamento e romance que somente um Deus pessoal compreende e pode compartilhar conosco, visando a iluminar nossa vida. O amor é uma invenção divina, programado em nossos cérebros. O amor, assim como o arco-íris, está em nossas cabeças.
A genialidade de nosso mundo sensorial
Todo o nosso universo de percepções de sons, imagens, cores, odores (sim, as fragrâncias envolvem o mesmo princípio) e a mágica do amor, são produzidos por informações cerebrais e não pelas leis acústicas ou óticas. Na próxima vez que você assistir a um concerto orquestral, ou sentar-se à beira de um bosque ao entardecer, ouvindo o coral de pássaros e assistindo às transformações das cores do pôr-do-sol, pense sobre a fonte de todos esses estímulos sensoriais. Os vários instrumentos da orquestra e os diferentes cantos dos pássaros estão vibrando nas moléculas do ar de modo único, e a atmosfera reflete os raios solares de diferentes comprimentos de onda. Toda essa física tem seu próprio fascínio, mas não produz uma sinfonia ou um pôr-do-sol deslumbrante. O som cativante da sinfonia e as cores inebriantes do pôr-do-sol são produzidos pelo cérebro. São presentes que o Criador nos deu por meio de instruções e conexões. Ele programou em nossos cérebros aquilo que a mente usa para transformar vibrações friamente precisas do ar, em algo que percebemos como extraordinariamente belo, uma experiência que desejamos compartilhar com alguém que amamos.
Se uma árvore cair na floresta e não houver ninguém para ouvir, esse acontecimento faz algum ruído? Não, ele faz o ar vibrar, mas o som é produzido somente dentro do cérebro.
O que tudo isso significa?
Como as criaturas vieram a ter esse equipamento de audição, visão, olfato e amor em suas cabeças? Por mais de cem anos, a ciência vem explicando tal fato como resultado de mutações e seleção natural - processos naturais puramente impessoais. Sugerimos neste texto uma interpretação diferente, que leve a descobertas fascinantes sobre a natureza do som, das cores, do sabor, da beleza, do amor e da genialidade inventiva do Criador que as produziu. Como podemos estar tão certos de ver a mão do Criador nisso tudo? Na verdade não podemos provar isso, da mesma forma que ninguém também pode comprovar o contrário; mas cremos que é uma escolha filosófica perfeitamente racional.
A ciência pode contribuir muito no sentido de fazer-nos compreender como nossos cérebros e outros sistemas naturais trabalham e como os organismos mudam. Há evidência abundante para a microevolução e para o surgimento de novas espécies, mas há uma falta grave de indícios convincentes de um mecanismo genético que produza um novo sistema orgânico, ou que transforme uma forma animal básica em outra.* Não podemos provar que o cérebro não poderia evoluir sem a existência de um projetista inteligente, mas as ciências naturais carregam o pesado fardo de ter de nos provar que poderia. Mesmo a melhor ciência não dispõe de provas para demonstrar que as maravilhas do cérebro humano, por exemplo, poderiam surgir sem um sábio projetista que compreende e inventou um órgão tão sofisticado e habilidoso - um órgão capaz de produzir uma sinfonia de sons, imagens e amor, que torna a vida tão bela.
Na visão da ciência moderna, as leis impessoais da química e da física são a verdade definitiva. Mas cremos que Deus é um Ser real e em Seu universo as relações pessoais são de importância primordial. Deus é o inventor e governante das leis da natureza, e Ele as usa de forma consistente para fazer funcionar o Universo. Mas elas não são Seu motivo para a criação e nem Sua mais valiosa feitura. Para Deus, as relações pessoais e a capacidade amigos compartilharem a contemplação das maravilhas estéticas do Universo por Ele criado são muito mais importantes que as leis naturais. As leis da natureza são somente Seus instrumentos para prover algo mais importante – seres vivos racionais capazes de experimentar relacionamentos e responder ao amor de Deus.
Os seres humanos nunca poderão compreender a Deus, enquanto não entenderem e aceitarem Sua natureza como um Ser real, para quem a lei
natural é tão-somente um meio de dar sustentação à Sua mais alta prioridade - as relações de amor entre seres que podem manter relacionamentos de confiança, porque escolheram livremente assim fazê-lo.
 
*Leonard Brand (Ph.D. pela Universidade de Cornell) ensina Biologia e Paleontologia, e é titular do Departamento de Ciências Biológicas e da Terra, na Universidade de Loma Linda, Califórnia, EUA. Seu e-mail: lbrand@llu.edu. Ernest Schwab (Ph.D .pela Universidade de Loma Linda) ensi-na Anatomia e Fisiologia na Escola de Profissões da Saúde da Universidade de Loma Linda. Seu e-mail: eschwab@llu.edu Este artigo foi condensado de um ensaio publicado pelos autores em Origins 58 (2005), pp. 45-56.
* Ver L. R. Brand, Faith, Reason, and Earth History (Berrien Springs, Michigan: Editora da Andrews University, 1997), e Beginnings: Are Science and Scripture Partners in the Search for Origins? (Nampa, Idaho: Pacific Press, 2006). Ver também L. Spetner, Not by Chance! Shattering the Modern Theory of Evolution (Brooklin, Nova Iorque: The Judaica Press, 1998).

terça-feira, 5 de novembro de 2013



















A FÉ PODE ILUMINAR-NOS

Para que rebelarmos contra o destino
que nos leva em suas asas qual rosas secas?
Sigamos sem protesto nosso caminho!

A Fé pode iluminar-nos com as rosas e as violetas.
Talvez floresçam seus botões e nos perfumem
com as esvoaçantes e alegres borboletas.

Nas cálidas manhãs de primaveras
o ouro do sol lança seus raios vivos,
e um colar de cores e quimeras.

Penso em ti com os olhos entumecidos
nos brumosos dias de frio inverno,
Sentindo-me alquebrado e entristecido.

Tudo cabe na vida, dores e penas,
desenganos e risos, ânsias e gozos,
manhãs tormentosa e noites serenas.

Aceitemos querida, confiantes o destino,
na existência tão curta é nossa jornada,
qual voo no céu, de um gavião peregrino!











                           


PALCO DO HOLOCAUSTO BRASILEIRO – MAIS DE 60.000  MORTOS
Histórico do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena

Data: 25/09/2009
O primeiro hospital psiquiátrico de Minas foi criado em 1903, como Assistência aos Alienados do Estado de Minas Gerais, onde antes funcionava um Sanatório particular para tratamento de tuberculose, o qual havia falido e estava desativado. Instalado então, nas dependências do antigo Sanatório de Barbacena, o “hospício”, segundo registros históricos, está situado nas terras da antiga “Fazenda da Caveira” cujo proprietário era Joaquim Silvério dos Reis, conhecido na história mineira como o delator do movimento dos Inconfidentes.

Segundo historiadores, um outro motivo teria levado o hospital para a cidade. Quando da escolha da nova capital mineira, Barbacena foi levantada como uma das opções, entretanto, foi preterida por não possuir recursos hídricos satisfatórios e optou-se por Belo Horizonte; como prêmio de consolação, Barbacena ganhou o Hospital dos Alienados.

Assim, entrava em funcionamento o Hospício de Barbacena, depois, Hospital Colônia de Barbacena que teve como primeiro diretor o Dr. Joaquim Antônio Dutra. Sua capacidade inicial era de 200 (duzentos) leitos.

Nesta época, o Hospital era constituído de um Centro Hortigranjeiro além das oficinas, olaria e carpintaria.

Durante os primeiros 30 anos de funcionamento, o Hospital Colônia foi uma Instituição respeitável oferecendo atendimento humanitário a seus pacientes mesmo dispondo de métodos pouco eficientes em termos de tratamento.

Tendo em vista os bons resultados obtidos, o Hospital Colônia, passou a ser um ponto de convergência para todos os pacientes que as comunidades pretendiam curar ou isolar, ou seja, havia uma grande demanda de doentes mentais, sifilíticos, tuberculosos e marginalizados.

Com este aumento de pacientes, o Hospital passou por uma mudança radical: os leitos eram insuficientes e a escassez de recursos financeiros, materiais e principalmente humanos, tornaram-se graves problemas. O tratamento dispensado aos pacientes passou a ser desumano e degradante, atingindo elevadas taxas de mortalidade. O Hospital tornou-se mero depósito de doentes, entreposto de comércio de cadáveres. Barbacena ganhou o estigma de “Cidade dos Loucos”, e o problema foi se arrastando sem soluções a curto prazo.

O hospital passa a ser chamado de Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, uma Unidade da antiga Fundação Estadual de Assistência Psiquiátrica –FEAP, a qual começa a pertencer a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais – FHEMIG, fundada pela Lei Estadual 7.088 de 03/10/77, resultado da união de 03 (três) Fundações Estaduais de Assistência à Saúde, entre elas a FEAP.

Em 1979, um grupo de psiquiatras e profissionais ligados à Saúde Mental, iniciando a luta para reverter o modelo, organizaram o III Congresso Mineiro de Psiquiatria e
trouxeram Franco Basaglia, psiquiatra italiano, com uma postura marcadamente antimanicomial. O médico italiano fez uma visita ao Hospital e ficou escandalizado com o que encontrou, considerando o Hospício de Barbacena “Um Campo de Concentração Nazista”.

Ainda em 1979, o jornalista Hiram Firmino começou a publicar no jornal Estado de Minas
uma série de reportagens intitulada “Os Porões da Loucura”; e o cineasta Helvécio Ratton lançou “Em Nome da Razão”, um curta-metragem demonstrando a vida dentro do hospício.

A partir destas denúncias que chocaram a opinião pública
, as autoridades da área da saúde resolveram mudar este quadro contratando profissionais para a área assistencial e mandando um grupo de psiquiatras para Barbacena, que estiveram envolvidos no III Congresso Mineiro, a fim de elaborar um plano de reestruturação do hospital.

Representando ainda mais um avanço no processo de reestruturação do CHPB, foi inaugurado em 16 de Agosto de 1996,
o Museu da Loucura. O Museu é uma atração não apenas para o meio acadêmico, mas para toda a comunidade. Isto porque, além de mostrar a história do antigo “manicômio”, através da exibição de equipamentos, fotografias, documentação de dados coletados e pesquisados em todo o Estado.





Barbacena, 29 de agosto de 2007.
Lucimar Pereira
Coordenadora
do Museu da Loucura
Histórico do Museu da Loucura