terça-feira, 21 de maio de 2013


UMA HISTÓRIA REAL     

MAURO MARTINS SANTOS (AGL)*

Ela retornava ao palácio dirigindo seu automóvel, em companhia de sua filha mais nova Stephanie. Numa curva, perdeu o controle do carro. Rolou por um penhasco de trinta metros, no pequeno Principado de Mônaco. Morre Grace Kelly, a Princesa Grace de Mônaco, no ano de 1982.
Bélgica, voltando no tempo, corria o ano de 1935, outra representante da nobreza, viajando ao lado de seu marido o Rei Leopoldo II, ás margens do lago Lucerna, ocorre o acidente fatal. O rei salva-se com ferimentos leves. Morre Astrid, a Rainha da Bélgica.
Em 31 de agosto de 1997, morre aos 36 anos de acidente com automóvel, Diana Francis Spencer - Lady Di - a Princesa de Gales.
Personalidades diversas, ídolos populares, estadistas e presidentes como Juscelino Kubistchek de Oliveira - o JK - fundador de Brasília e iniciador de fato da indústria automobilística brasileira, desapareceram também no trânsito.
Essa entidade criada pelo homem, o tráfego viário, ou trânsito - gerador dos acidentes com automóveis - seguindo cada passo cronológico de um relógio -, levam, sobretudo a vida de seres humanos. Vidas e mais vidas, em proporção logarítmica.
Diariamente um número assustador de veículos novos são incluídos nas ruas das cidades e estradas, qual fosse um enxame de abelhas ou nuvem de moscas. E as ruas das cidades em sua maioria, são centenárias e sem modificações, ela não crescem de tamanho. As estradas não crescem de acordo com a demanda, jamais. Sistemas de transportes, ferroviários por exemplo, que seriam solucionadores ou dirimentes do problema, foram desativados e viraram museus.
Há despreparo de um grande percentual de motoristas; e um crescente número de crimes por dirigirem alcoolizados. E, há carência de educadores que façam frente ao problema. Aos fins específicos a esse estado de coisas.
E ao sistema, parece não ter importância!
Há sim, incentivo a que se produzam mais carros. Cada unidade, cada carro, é uma fonte nada desprezível de arrecadação: impostos desde a montagem até o revendedor, com incidência sobre cada item que o compõe e cada estágio até as mãos do adquirente, depois os impostos próprios ao veículos automotores, todos eles; vem em seguida a gasolina e o álcool com seu preço somado aos altos impostos, e toda uma sistemática se monta em torno dessa circulação viária, desde os pedágios às auto-escolas aos C.F.C, invenção do governo em parceria com as auto-escolas.
Necessitamos de Educação e a boa visão sobre a Engenharia de Tráfego (com seu universo das obras de arte: pontes, estradas, viadutos, túneis etc; ao Esforço Legal: justiça, legislação e a fiscalização diuturna e abrangente com mais autoridade aos agentes e melhores salários. Ainda - por parte dos motoristas - o perfeito domínio e o conhecimento da Via, Veículo e a Vida (Homem) que forma o triângulo (V.V.V) de ouro da Direção Defensiva. Eis o universo do trânsito em resumo.
Como é obrigatório todo estabelecimento ter à vista o Código de Defesa do Consumidor, eu defendo a tese de que cada estabelecimento em especial os de diversão pública, bares e restaurantes deveriam ter o Código Brasileiro de Trânsito de forma visível, até como um fator inibidor: - "Aqui se valoriza a vida no trânsito".
Como se terminam as fábulas, já que falamos de reis e rainhas, príncipes e princesas? - E foram felizes para sempre!
Infelizmente esses foram mortos, como vários "ídolos" da canção popular e personalidades públicas: Gonzaguinha, Jessé, ambos no Rio Grande do Sul; Juscelino, presidente do Brasil; João Paulo que fazia dupla com Daniel; ministro Cardoso Alves, e tantos outros, inclusive os acidentes aéreos: Ulisses Guimarães e esposa junto com mais um senador e esposa, que se incluem no tráfego aéreo. Outro termo ao qual defendo como mais apropriado: Tráfego. Os navios trafegam mercadorias e passageiros, os aviões trafegam (aéreo) os trens trafegam (tráfego ferroviário).
Em suma, a esses todos mortos, o que importa depois aos vivos, buscarem ou tentarem explicar a lógica das ocorrências das mortes quando os reis, príncipes, princesas e plebeus, bons ou maus, se foram todos para sempre?
Eis que as fábulas e parábolas narram em alegorias a trajetória de vida do ser humano e freqüentemente refletem: "Uma História Real".
E o trânsito é uma história mais que real!

Mauro Martins Santos* AGL - Academia Guaçuana de Letras

Enviado por Mauro Martins Santos em 16/05/2013
Código do texto: T4294506
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