O TEMPLO, O ESPELHO E O PÁSSARO

Pobre pássaro, totalmente confuso, começou a lançar-se contra os espelhos, imaginando em seu pequeno cérebro que fossem janelas, e a cada batida nas paredes foi ferindo-se mais e mais.

pássaro. As crianças choraram nos braços das mães de das avós ao verem o pequeno ser inanimado.
O velho sacerdote mediante tal cena, viu descortinar-se em sua mente treinada pelo tempo e pela vida pastoral, uma imagem, uma quase parábola do Mestre, a qual poderia ser transmitida àqueles humildes aldeões, como um sermão. Passou a dizer: - "Em todos nós filhos de Deus que já temos discernimento, encontra-se gravado aquilo que é real e aquilo que nós adquirimos pela vida a fora. Há os adultos que possuem maior conhecimento dos fatos, outros existem que ainda não se deram conta da vivência, são menos laboriosos no entendimento. E, há ainda os bem jovens as crianças em formação, daí a responsabilidade dos pais, que se descuidarem em lhes passar os valores sagrados dos mandamentos divinos, serão cobrados disso, aqui nesta Terra ainda, pelo desgosto de verem seus filhos perdidos pelo mundo, como ovelhas desgarradas, já observadas pelo Santo Mestre na parábola da ovelha perdida. Bem dizendo: temos em nosso íntimo, no fundo da alma, junto ao real e o adquirido; o essencial e aquilo que é aparente. Parece, mas não é. Brilha, mas não é ouro. É mulher bonita, mas ardilosa, o moço incauto a busca apaixonado pela sedução, passeia na sua calçada, diz a palavra sagrada, mas é mulher casada cujo marido está longe, mas eis que ele volta sem dar conta e o moço é abatido como um cão sem dono. Eis o que é aparente, mas não é real nem essencial. A busca de viver em paz com seus semelhantes consiste em estar caminhando no bem exterior ao coração, à sua alma, para a satisfação do Santo Espírito do Mestre que deve viver em nós. Disto resulta a paz de espírito. Não podemos harmonizar uma vida correta no mundo exterior, sem ter a paz interior. Ambas se complementam. Se meus amados aqui presentes, puserem toda sua energia, sua força para zelar só das aparências, das vossas imagens, como se isso fosse a parte central formadora de suas personalidades, da razão de suas vidas, consumirão seus dias escravizados, acorrentados como nas masmorras, por causa dos reflexos do falso ouro, da falsa mulher, do falso homem, enfim das enganações do mal e morrerão como o rapaz seduzido pela mulher ardilosa. A mocinha sem marido, com um bebê mamando, outro chorando e outro pedindo o que comer. O que é isto? São seus dias consumidos no reflexo que o pássaro que ora vos emociona imaginou. O pássaro imaginava estar saindo para a liberdade, assustado, quando viu os amados estarem chegando. Assim não deveis estar cativos dos reflexos, e de rosto virado para a luz divina e sua natureza bendita e real, ou da sua verdadeira essência. Chocar-se-ão contra duros espelhos postados em paredes de pedra.
Meus queridos e amados irmãos, meu caminho foi longo, portanto o final da jornada se faz breve. Atentai para minhas palavras, que na verdade não são minhas, mas do mestre do qual sou mero instrumento: vós precisais reconhecer, fazer perfeita distinção entre o que é acessório supérfluo e o que contém a verdadeira substância vital. Façam meus amados um exercício mental diário por meio de orações. Falem com o Pai Eterno, perguntem o que é melhor para suas vidas, peçam o discernimento entre o que é certo e o que é errado, o que é do bem e o que é do mal. Busquem se recuperar - porque todos nós pecamos e precisamos do perdão de Deus - buscando vosso "Eu" verdadeiro, não o de fachada, aquele que se mostra em praça pública, retirem as máscaras de bufões. Só assim as verdadeiras flores não os enganarão como miragem ou reflexos de um espelho. A rosa do conhecimento se abrirá gloriosa dentro do coração de cada um de vós meus amados irmãos.
Que Deus em toda sua glória, discernimento, justiça e bondade possa abençoar minha boca, minhas palavras e seus ouvidos e que estas sementes de flores possam germinar como se o Semeador as tivesse lançado em terra fértil.
E como o velho sacerdote e pastor anglicano fosse de descendência grega pronunciou, "que seja tudo em nome de:
ICHTHYS - IESOUS CHRISTOS THEOU YÍOS SÔTÉR
Jesus Cristo, Filho de Deus, O Salvador
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