sábado, 13 de outubro de 2012

OSTRA FERIDA

OSTRA FERIDA PRODUZ PÉROLAS RARAS

                                                           Mauro Martins Santos

As pérolas são frutos da dor! São feridas contundentes que dia após dia torturam a humilde ostra nas profundezas do mar. São produtos de uma dor lancinante que penetrada por um corpo estranho no interior da casca da ostra, cola-se ao frágil e mole corpo do molusco e começa a dilacerante tortura. Mas a Natureza em sua imensa sabedoria faz o inimaginável milagre.

A pérola é pois, o fruto da dor. Dor causada por um elemento indesejável : um grão de areia. Um mínimo e insignificante grão de areia. Pense você em seus olhos. Na maravilha de nossos olhos, quando entra-lhes um cisco, um argueiro, um grãozinho de areia. Dor, lágrimas, irritação, desespero tudo por um grão de areia. Com a ostra não é diferente. Mas não é abandonada pela Natureza.

A ostra, lentamente começa a trabalhar com uma substância chamada nácar, a mesma que forra seu interior liso e brilhante.

Gradativamente, camada após camada o nácar fornece células que vão revestindo o grão de areia - ou corpo estranho - para que fique liso e não mais venha a ferir o corpo indefeso da ostra. Como resultado desse processo surge no interior da concha uma linda pérola.

Uma ostra jamais ferida não produz nenhuma pérola. A pérola é o resultado de um sofrimento, uma cicatriz dolorosa que foi curada preciosamente e lentamente, mas de forma eficaz, pelo indefeso animal, sem mãos nem pés, ossos ou resitência.

Quando nos sentirmos feridos pelos embates da vida, deveríamos nos lembrar da ostra. Quando a dureza e rusticidade das outras pessoas, com seus preconceitos, rejeições, mentiras, injúrias e  hipocrisia tentarem nos atingir vamos fabricar uma pérola, quanto mais ferido o corpo da ostra maior e mais preciosa é a pérola que ela produz.

Vamos cobrir as injúrias do mundo com várias camadas do nácar do amor e perdão. Não vamos aumentar a legião daqueles que não entendem esse processo e ficam com suas feridas abertas e expostas aos ressentimentos.

O que vemos são muitas ostras abertas e vazias, por não terem fornecido nenhuma pérola. Atiradas fora por nada terem produzido: nada de útil, nada de perdão, amor, compaixão, alegria de viver, sorrir, cantar e dançar na grande sinfonia do Universo.

Vamos produzir pérolas para o Universo transformar em estrelas sorridentes na grande morada do céu cintilante da gratidão, do imenso dom da vida, que recebemos gratuitamente para usufruirmos com sabedoria.

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