segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

HORIZONTES


Pintura de Fcº Antonio Cano 
Pese a ser uno de los nombres claves en la historia de la pintura de paisajes en Antioquia, Francisco Antonio Cano [Colombia] murió pobre y casi en el olvido. Su deseo fue que lo enterraran sin identificarlo, ya que sentía que no hacía parte de ninguna religión.
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HORIZONTES

Julgo difícil o "Eu poético" 
ter de escolher 
uma pétala de flor 
do "Jardim  de Poesias",
estranhar íntimos caminhos e vir a se perder. 
Ocorre, o estranho e difícil,
 porque a poética 
nos induz a fazer existir 
discrição nas preferências.
Mas o acolher da Saudade 
é sempre apática,
é  o regresso ao recôndito
 da alma, a essência... 

Pois são letras 
que se movem,
se modulam
se inteiram...
Se consomem.

A poética vida,
se não a se consome
como dádiva,
de per si é consumida!

Disse o ¹poeta:
"Não tenho paredes,
só horizontes."

A vida é muito mais
que o horizonte visto 
de sua janela! Bem mais...

Vá mais longe...

[M. Martins Santos]

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¹ Mário Quintana

sábado, 24 de fevereiro de 2018

A CARTA INÉDITA DE RUBEM ALVES



A CARTA INÉDITA DE RUBEM ALVES
Aberta pós morte.

Sou grato pela minha vida.
Não terei últimas palavras a dizer.
As que tinha para dizer, disse durante a minha vida.
Recebi Muito. Fui muito amado. Tive muitos amigos. Plantei árvores, fiz jardins. Construí fontes, escrevi livros. 
Tive filhos, viajei, experimentei a beleza, lutei pelos meus sonhos. Que mais pode um homem desejar? Procurei fazer aquilo que meu coração pedia.
Não tenho medo da morte, embora tenha medo do morrer.
O morrer pode ser doloroso e humilhante, mas à morte eis uma pergunta: - Voltarei para o lugar onde estive sempre, antes de nascer, antes do Big Bang ou (COMEÇO DO UNIVERSO)?
Durante esses bilhões de anos, não sofri e não fiquei aflito para que o tempo passasse.
“Voltarei para lá até nascer de novo.”



quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

ALEXANDRE - O GRANDE, E O MENDIGO NU...

Diógenes - Óleo de Sir John Watherhouse


ALEXANDRE - O GRANDE, E O MENDIGO NU

Alexandre, o Grande, encontrou Diógenes, que era um mendigo nu, com apenas uma lâmpada, sua única posse. E mantinha sua lâmpada acesa mesmo durante o dia. Ele, obviamente, estava se comportando de maneira estranha, e até mesmo Alexandre teve de lhe perguntar: — Por que essa lâmpada acesa durante o dia? Ele levantou sua lâmpada, olhou para o rosto de Alexandre e disse: — Estou à busca do homem de verdade dia e noite, e não o encontro. Alexandre ficou chocado. Um mendigo nu dizer esse tipo de coisa a ele, um conquistador do mundo. No entanto, ele podia ver que Diógenes era altivo em sua nudez. Os olhos eram serenos, o rosto tão pacífico, suas palavras tinham autoridade, sua presença era tão tranquila, que o próprio Alexandre sentiu-se  um mendigo frente dele. Ele escreveu em seu diário: ‘Pela primeira vez senti que a riqueza é algo diferente de ter dinheiro. Eu vi um homem rico’.

A MENTE ESTÁ SEMPRE MENDIGANDO

Um mendigo bateu na porta do palácio. Por acaso, o rei estava saindo para sua caminhada matinal no jardim, de modo que ele próprio abriu a porta.
— Este parece ser um dia de sorte para você — disse o mendigo.
— Para mim ou para você? — falou o rei.
— Isso será decidido no fim do dia. Sou um mendigo, e peço apenas uma coisa: tenho essa tigela de esmolas; pode enchê-la com qualquer coisa que você queira?

O mendigo parecia um pouco estranho. Seus olhos eram os de um místico, e seu discurso não era o de um mendigo, e sim de um imperador. O rei ordenou que seu primeiro-ministro enchesse a tigela do mendigo com moedas de ouro, para que pudesse lembrar que batera na porta de um rei, e que ele foi um afortunado. (...) E, então, o problema começou. Quando o primeiro-ministro trouxe um saco de moedas de ouro para encher a tigela, todas desapareceram, e a tigela permaneceu vazia. Mais moedas, mais moedas... Diamantes, rubis, esmeraldas. Tudo desapareceu na tigela, que permaneceu vazia. Por fim, o rei perdeu tudo. Era noite. O rei era teimoso, mas agora não adiantava, ele não tinha mais nada para dar. Ele caiu aos pés do mendigo e lhe perguntou o segredo da tigela: (...)

— Basta olhar atentamente para a tigela. Ela é feita do crânio de um homem. Dentro do crânio do homem está a mente. Despeja-se tudo nela e tudo desaparece. Ela está sempre pedindo mais, e está sempre vazia. Ela é sempre um mendigo, não se pode mudar isso. A única coisa que pode ser feita é compreendê-la – esclareceu o mendigo. Esta é a sua situação também. Você não conseguirá satisfazer a si mesmo se ouvir a mente; no entanto, se não ouvir a mente, nesse exato momento a satisfação será toda sua.
Que aprendamos a ser instrumentos da paz e  do bem e que nossas palavras sejam sempre para acolher o outro, acredito que devemos somar forças, subtrair as tristezas, dividir amor e multiplicar o bem.
* Texto publicado em DIVERSAS fontes e épocas.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

FOTOGRAFIAS

Fotografias 
são pequenos 
pedaços de vitrais, 
cujas almas catedrais 
brilham para toda eternidade...! 

NÃO REMENDE ROUPA VELHA COM PANO NOVO



O Amor é um sentimento nobre demais para se viver mendigando.

NÃO REMENDE ROUPA VELHA COM PANO NOVO

O título pode parecer díspar frente ao que vai ler, mas à medida da leitura do assunto, ele se encaixa.
O Amor entre um casal é na verdade pouco falado como se deve. Ou é colocado quase sempre sobre os trilhos da teologia, dos aconselhamentos vestidos de autoajuda, ou tecnicamente pela psicologia-social e outras áreas se o caso for específico. Na grande razão só deveria vir de forma natural, como o verdadeiro sentimento que é - da composição do ser humano e sua atração pela outra pessoa.
À medida que o casal precisa de constante... repito - constante  intervenção externa nos moldes citados, mais inclusive o policial e seus desdobramentos para o jurídico, começamos a pensar no que o título deste ensaio tem a nos dizer.
A História tem fatos reais e romances às centenas - sobre uniões baseadas nos interesses financeiros, nobiliárquicos ou políticos, onde um dos cônjuges - normalmente eram as mulheres que mais sofriam - passavam a ser somente um objeto sexual, uma serviçal e 'boa' parideira. Que, aliás, a sequência maternal em série, era para mantê-las confinadas aos filhos - para os homens de posses, terem tempo livre para seu harém espalhado pela cidade e vizinhanças, ou nos lupanares. Houve casos, não poucos, de internações de mulheres sadias como loucas, por maridos fazendeiros ricos, para livrar-se delas no famigerado hospital do “holocausto brasileiro” de Barbacena-MG [De 1903 a 1980, mais de 60 mil pessoas morreram no Hospital Colônia, e boa produção de cadáveres eram vendidos para faculdades de medicina. Tal manicômio desativado na década de 80 era localizado na cidade de Barbacena, em Minas Gerais. - *Leia mais em http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/chocante-documentario-conta-historia-do-hospicio-mais-cruel-do-brasil--13240?cpid=txt.
De volta ao fluxo do relato principal: já os pobres tinham muitos filhos pelo contrário dos ricos, por não terem dinheiro para os lupanares e orgias. Não obstante, obtinham a domicílio mesmo, muitas mãos de obras, comuns desde as crianças a partir dos seis anos de idade, em qualquer serviço.
Hoje estes fatos não são mais segredo para ninguém. Até o nosso rei ou Príncipe Regente Dom Pedro I, teve seus casos de lazer sensual nos lupanares e com diversas bailarinas francesas, com pelo menos duas teve filhos, e se envolveu por mais tempo com Domitila de Castro Canto e Melo - que elevou a Marquesa de Santos - também não lhe sendo fiel, pois teve um filho com a sua “lugar- cunhada”, irmã de sua amante Domitila, a qual morava no Rio de Janeiro. E, existiram outros casos de Sua Majestade Dom Pedro de Orleans e Bragança. - Se já houvesse a ‘Jovem Guarda’ ás tardes de domingo, Sua Majestade cantaria com Erasmo Carlos: “Eu sou Terrível”.
Hoje felizmente apesar de uns pesares há uma maior liberação e algum apoio maior às mulheres. E há em curso várias reivindicações de iniciativa delas e de parlamentares.
Quando me formei em Ciências Jurídicas e Sociais, nos anos 80, não havia a Delegacia da Mulher, nem a Lei Maria da Penha, que de forma inconteste foi um avanço no reforço à defesa da mulher, além de juridicamente no Código Penal e Processo Penal, artigos que tratavam da "honra do marido traído" mesmo nos casos de homicídio, também no Código Civil e seu diploma regulamentador o CPC. O capítulo, parágrafos e artigos que tratam da família (Direito de Família); *as separações: pós-divórcio (antes não contemplados pelo desquite) e direitos da mulher cônjuge ou companheira que convivam maritalmente sobe o mesmo teto, teve modificações, que recaem a bem da mulher, e outras edificações jurídicas.
Neste contexto, ao Amor não cabe imposição, interesses familiares ou grupais. Não cabe mais construir metáforas romanescas, o sofrer por sofrer de amor... como nos contos de fadas em que do interior da Fera sempre houvera esperança de ressurgir um príncipe para a Bela retratar sua saga em lindos acalantos. Se assim fora, maravilha! Mas quando comprovadamente a Fera for realmente 'fera' - não há alternativa se não sair desse relacionamento escravagista, repleto de pancadaria, infidelidade e desamor, onde a mulher é mais objeto do que um traste jogado no sótão. Mas nunca se esquecendo, sem falso puritanismo, de que também de própria e livre iniciativa da mulher se faz objeto sexual de forma sórdida e extremamente passiva; se vende e se escraviza à devastadora pornografia e se doa a outro ser humano por diversas razões... Vejam-se os ‘programas’ pelas  avenidas, ruas e becos ‘de amargura’, filmes, vídeos além dos programas televisivos levados para o interior de nossas salas, beirando a raia de dejetos.
*
Só relembrando, uma personagem já citada - Domitila - conta a História, por exemplo, que ela recebia constantes espancamentos por Felício seu primeiro marido, do qual mesmo ela tendo sofrido tentativa de homicídio (hoje, não sei por que, se diz feminicídio) como se as mulheres não fossem da espécie humana; fossem Extras Terrestres. Mas, Domitila sofria de Felício  inúmeras agressões físicas - Felício era oficial mineiro do Corpo dos Dragões de Vila Rica . Tentou Felício se reconciliar com Domitila, dizendo-se regenerado; mas não; a bebida, a violência de caráter e o jogo de cartas o levaram a produzir duas facadas em Domitila uma na coxa, outra no abdômen, esta ficando meses entre a vida e a morte.
O inverso em menor número também é válido, sendo o mais constante a infidelidade conjugal ou adultério por causa de falha moral, quando não por outra causa.
Tudo se resume na falta de Amor de um para com outro, a falta de interesse no bem estar comum, somados ao desdém para com as necessidades biológicas naturais e emocionais do outro...
Quando é assim, com total falta de cumprimento das obrigações conjugais e sexuais, não têm solução; não têm remédio ou terapia de autoajuda que dê jeito. Quando as outras mulheres são melhores que a sua esposa, ou vice-versa, o casamento estará falido.
Eu sei que às vezes é difícil de aceitar um papo assim direto. Mas há a questão da dignidade ou amor pessoal (antigamente se falava em honra - lavar a honra), marcavam-se até duelos... hoje se mata com tiros ou facadas, pauladas, linchamentos...
Não importa mais a classe social. Quem mora em condomínio ou apartamentos em edifícios de vários andares, onde predominam ricos e classes médias altas; não são ‘pés-rapados’...  e noticiários atuais divulgam assassinatos passionais (contra  mulheres) nesses locais.
Não perca sua cabeça porque alguém não lhe corresponde ao amor que acha que é maior que da outra pessoa. Num dos casos o homem tinha 59 anos a mulher (e muito bonita) tinha 28. Ele espera mais o que da vida agora? Outra mulher a princípio, sabendo quem ele é, o que fez ou pode fazer, não vai  aceita-lo nem com vela amarela acesa.
Não somos nós que iremos traçar os caminhos. Estragando-se a travessia, vai ficar de difícil a impossível atingir o porto do destino. Meu pai em sua filosofia rude de sulista dizia: “Não ponha anel de ouro em focinho de porco. E... quem te despreza é porque nunca te amou”!
Estamos falando de Amor que comporta uma equivalência correspondente, como fossem dois pratos de uma balança nivelados em peso e valor. Como um nível cuja bolha estará perfeitamente encaixada no demarcador do relacionamento. Evitar os desvios e desníveis, sopesando a um mais e outro menos, onde este último vai sofrer lastimar e chorar.
Além do amor próprio que carregará consigo seja com quem for, deve estar certo que em questões humanas se ganha e também se perde. É o caso de saber quando e o motivo de pôr um fim num relacionamento. Sem rusgas, sem culpas, sem estresse.
Em nenhum momento podemos dizer que é fácil - também por isso foi dito 'saber terminar.' Livrar-se daquilo que é desamor: fábrica de lágrimas, tristezas, angústias e de infelicidade. Valorize-se, dê a você, todo o amor que não recebe. A outra pessoa não é nenhum ídolo, é de carne e osso - ou ‘carne de pescoço’ - como diziam os mais antigos; e faz todas as mesmas necessidades fisiológicas que você, igualitariamente, nada de ouro com perfumes de alfazema!
Transfira o amor que não recebe por bônus  de valor para você. E saia de cabeça erguida para encontrar um outro alguém; humano , na melhor acepção da palavra, digno de todo o Amor que tem para lhe dar.
Uma pessoa pode parecer absolutamente encantadora no começo, mas talvez logo você tenha que se perguntar para onde foi todo aquele encanto ainda em plena juventude... antigamente "aquele corpinho de violão" para a mulher - hoje se diz 'aquele corpão', barriga de tanquinho, etc. “Nem tudo que reluz é ouro”, para ser direto.
O amor verdadeiro é algo que vai além de [mesmo compreender as divergências] e amar as coincidências; que, aliás, é o que há de menos importância na composição da psicobiologia das pessoas. Um amor sincero e verdadeiro é se apaixonar pelas diferenças naturais, saber que um genética e fisiologicamente são seres humanos  de conformação diferentes  de origem diferente, e graças a Deus [na maioria quase absoluta]nem parentes somos - ‘todos’ - somos possuidores de imensa diversidade, tanto quanto o número de células que nos compõe.
E com grande regularidade, ao conhecermos outro alguém, nos momentos iniciais de interação, formarmos a primeira impressão, impressão essa que é influenciada pelas atitudes e gestos, ou seja, comportamentos. Pesa nos primeiros contatos e encontros o conhecimento de como essa pessoa é, e se vai muito pela  aparência física que é o natural.
Ainda acontece de vir no ‘pacote’, a ilusão de que a aparência, aspectos físicos e comunicação corporal, dizem das características da personalidade humana, a compreensão da vida e tudo o mais que a formam.
Dou como exemplo - de homem que sou -  que a aparência física, o corpo de uma mulher, os traços de seu rosto, em suma sua beleza: seus cabelos [se forem da cor que aprecio, melhor sendo naturais], altura, postura, andar, como se veste... Aqui é importante dizer que a primeira impressão é a que fica...
Se quisermos conquistá-la para relacionamento sério, iremos detalhar sobre esse caso. Se nem pensarmos, sendo apenas uma ‘namoréte’ - [‘peguete’- este termo já era], pouco importa como ela está vestida ou ‘desvestida’, o que no último caso até se acham melhor.

Conforme a intensidade do impulso ou que almejam (ambos) obterem, a atratividade física vai estar no topo das preferências. Contudo levamos em conta também a propositura da visão do ‘belo’, “cada ponto de vista é uma visão de um ponto” - e quem ama o 'feio', bonito lhe parece.
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*Separações conjugais - Desquite/Divórcio - Pelo advento da Lei nº. 6.515 de 1977, que o substituiu primeiramente o “desquite” pelo vocábulo “separação”, admitindo, igualmente, a modalidade consensual (amigável) e contenciosa (litigiosa). O art. 24 da chamada Lei do Divórcio estabeleceu o primeiro diploma normativo acerca da matéria, assim dispondo: “O divórcio põe termo ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio religioso”.



sábado, 17 de fevereiro de 2018

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

BOM FERIADO CARNAVALESCO A TODOS...

Imagem relacionada

QUERIDO AMIGOS APRECIADORES DAS FOLIAS CARNAVALESCAS.

1. Se beber passe o volante a outra pessoa sóbria.
2.Todos podem e devem se divertir, mas com responsabilidade ainda maior nestas datas.
3. As estradas estão cada vez mais perigosas e com muitos motoristas dirigindo alcoolizados ou drogados.
4. Respeite ainda mais os limites impostos pela lei quanto à velocidade, ultrapassagens, distâncias de outro veículo adiante, sinalização em geral.
5. Em certos casos devagar também é pressa, ou quem tem pressa sai mais cedo, mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto.
6. Pensem em suas famílias, sobretudo nas crianças e os ditames da lei de trânsito quanto ao conduzi-las adequadamente.
7. Deem um tempo para as 'selfies', os arrastões de roubo a celulares e valores estão de forma acentuada quando as pessoas ficam mais vulneráveis e desatentas. 
Fashion Shopping Girlfriends : Vector Art

8. Verifiquem todos os documentos principais, e deixem em casa  joias, objetos de ouro ou valor e não ostentem dinheiro em público. Zelem sem descuido de seus copos de bebida. Nestas datas aumentam as dopagens aleatórias ou de mulheres, chamadas de "Boa noite Cinderela".
9. Todo cuidado e 'caldo de galinha' não fazem mal a ninguém.
10. Este decálogo é apenas um modo deste amigo poder ser útil, nenhum 'terror'; uma confraternização à responsabilidade de cada um. Vão e Voltem bem de seus destinos.

FELIZ E DIVERTIDO FERIADÃO DE CARNAVAL



sábado, 10 de fevereiro de 2018

SE EXISTE UM RELÓGIO, HÁ MÉRITO DO RELOJOEIRO




A cada nova visão do Universo 
ele se agiganta, 
enquanto nós nos 
apequenamos.
Creio que necessariamente 
por trás dessa imensidão 
há um Incomensurável Dínamo 
gerando eterna energia 
e nos desculpando 
por toda a ignomínia 
e estupidez humanas.
Não podemos olhar
 para um simples relógio
 e admitir sua existência 
e funcionamento 
sem levar em conta 
o mérito do relojoeiro.




IPÊ ROXO

Técnica: Óleo s/Tela, de Milton Schaefer, Picada Café, Porto Alegre/RS.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O CASTELO DE FRENTE PARA MIM



O Castelo de frente para mim...
Numa sala o acervo do rei: aluvião de ilusões
Ao construir meu castelo a sala pareceu-me imensa
Ora se apresenta mínima para tantas e decepções.
Construí torres contra os ataques da vida insana,
Das janelas das altas torres assistia aos pores do sol,
Ao tempo que via entre nuvens vossa imagem diáfana
Mais fácil preservar em luta renhida muralhas acossadas
Por exércitos de bárbaros, nórdicos ou romanos,
Do que da infidelidade os tropeços e enganos
Dos mistérios de uma alma de todo encouraçada
Enaltecidos e declarados sentimentos a ti Ivana,
Meu coração encontra vossas muralhas fechadas
Em distanciamento falseado como de paixão insana.
Perfídias na trilha dos sonhos, em busca de tua lealdade,
Somam-se ao empoeirado acervo das desilusões,

Ouvindo na capela o sábio e velho abade:
- Majestade, as atitudes ofensivas que beiram a leviandade,
Tudo se assemelha à alma de uma alteza de coração vazio,
Vais aumentar teu já diverso e grande acervo de perdidas ilusões
Alteza, Ivana desdeixa seu principado a cuidados tardios.
Majestade não deixais cair vossa autoridade em decepções,
Viverei no reino só mais um pouco,  e neste Castelo um nada,
Observo o Tempo correr e as brumas caminham para o vazio
Sons de cantos gregorianos são o acolchoado de minhas noites
Carece meu coração de vos falar antes que o saber seja tardio,
Nas brumas de minhas derradeiras visões vejo o vosso povo,
Ignoram a individualidade de vossa paixão e gemem de frio e dor...
Antes que me vá, reflita com firmeza nos propósitos de vosso reino,
Falo-vos essas coisas pelos procedimentos de Sua Alteza Ivana,
Em miséria deixou seu povo; e só por cobiça não vos dedica amor.


Aguarde meu bom rei, um verdadeiro amor de terras distantes,
Sem os sentimentos abjetos de Ivana, que embora linda é uma tirana,
Abra as arcadas do torreão do Castelo e ouça os louvores incessantes,
Do povo que te ama e respeita, não decaias, receba do povo o clamor!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

QUAL O FANTASMA QUE OS ATUAIS BEBÊS 'REBORN' ESCONDEM?

*
TESTE PÉZINHO DE BEBÊ REBORN
https://youtu.be/AY2aN-XmJ5k

*



Qual o fantasma que os atuais bebês 'reborn' escondem?
Luiz Felipe Pondé* - In Zelmar Guiotto emZGUIOTTO


Perco-me no que é 'direito' escrever sobre bonecos que podem ocupar o lugar de crianças.

O leitor sabe o quanto penso que vivemos num mundo ridículo. Mas esse ridículo toca notas mais profundas em nós, penso eu, do que um mero ridículo para risadas baratas. Notas sombrias. Gosto de filmes e histórias de terror.

Há algum tempo, vi um filme em que uma mulher aceitava um emprego de babá. Babá de um boneco. Ao longo da história, um namorado violento descobre o endereço da casa em que ela trabalha e acaba por quebrar o boneco. A partir dai, uma "versão" fantasmagórica do boneco, no tamanho de um menino verdadeiro, surge para matar todo mundo. Resumo da ópera: o boneco menino cumpria lá uma missão. A missão de conter o espírito atormentado do verdadeiro menino.
A moda "reborn" é uma nova moda. A redundância aqui visa o ridículo. Reborn são bonecos e bonecas (para respeitar os gêneros) que, "hiper-realistas", muitas vezes, ocupam o lugar de crianças verdadeiras para mulheres adultas (para meninas também, mas isso costumava ser "normal"). Imagino que também, de repente, os outros 170 gêneros sexuais humanos se sintam excluídos se eu não escrever que não só mulheres "têm o direito de" serem mães de bonecos e bonecas reborn.

Coloquei o "têm o direito de" entre aspas porque a expressão hoje se assemelha a "energia" ou "cabala" na sua desgraça semântica, ou seja, expressões que, de tanto uso, perderam a dignidade semântica. "Ética" é a próxima da fila. Perder a dignidade semântica quer dizer que perderam qualquer significado de fato. Tipo: você "tem o direito de" dizer "cabala" para se referir a uma brisa sua de que você na vida passada foi uma bruxa queimada porque era muito inteligente e gostosa, e homens opressores, que detestam mulheres inteligentes e gostosas, queimaram você.

E você descobriu isso tudo numa terapia quântica. 

Dado o exemplo, voltemos à realidade. "Direito" você tem até de se declarar samambaia. Se você se sentir uma samambaia, eu acho que você deve "ter o direito de" se declarar uma samambaia. Samambaias felizes compõem o cenário do futuro humano "cyborg". Se existirem samambaias competentes, logo bancos descolados as empregarão. Coworkings também terão startups com samambaias empoderadas. Voltemos ao termo "cyborg".

Em 1985, Donna  Haraway publicou "A Manifesto for Cyborgs". Aqui o termo não significa unicamente os seres robóticos dos filmes. "Cyborg", aqui, significa o rompimento de fronteiras claras entre humanos e animais ou humanos e máquinas. O "Manifesto" (adoro gente que escreve manifestos) visa refletir sobre a dissolução das fronteiras ontológicas entre natural e artificial ou a das fronteiras entre o que é gente e o que não é. A reflexão é séria. Não vou entrar nela. Interessa-me aqui o frisson presente na ideia de "manifesto".

A propósito, também existe o "Manifesto Coworking" (adoro gente que escreve manifestos, desde o Comunista). Proponho o "Reborn Manifesto". Defenderei que as pessoas "têm o direito de" dar banhos em "reborn  babies" e dar comida pra eles. Comprar roupas em lojas descoladas que compram o frisson do meu "Manifesto". Amá-los profundamente. Comprar remédios naturais para eles porque a indústria farmacêutica quer nos transformar em seus escravos viciados em drogas. 

Beijá-los. Sim, beijá-los. Por que não? Claro, não na boca, porque mesmo o "Reborn Manifesto" não aceita pedofilia.

Levá-los à escola? Sim! Vejo logo os coletivos de mães reborn perguntando: "Por que meus filhos, filhas e filh(x)s não têm o direito de frequentar as escolas?". Mas não as escolas para crianças "especiais"! Escolas para crianças "normais"! "Comuns"? 

Perco-me no que é "direito" ou não escrever.

Então suas crianças reborn frequentarão as aulas, com os mesmos "direitos" das outras crianças, e políticas contra o bullying de crianças reborn serão criadas por especialistas em diversidade reborn. 

Logo a discussão tocará o (tema dos 171 gêneros sexuais humanos) em matéria reborn. Um "Transreborn Manifesto" será escrito. "Reborn  babies" terão cotas nas escolas! Pergunto-me: qual é o fantasma que esses "reborn babies" escondem nessas "reborn mommies"?

*

* Filósofo, escritor e ensaísta, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, 
discute temas como comportamento, religião, ciência. Escreve às segundas - Folha S.Paulo

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2018/02/qual-o-fantasma-que-os-atuais-bebes-reborn-escondem.shtml


*

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

CHUVA ATEMPORAL

















CHUVA ATEMPORAL

Gotejam lá fora gotas numa lata
Os trovões ribombam distantes...
No condutor o rumor de uma cascata
Menino, eu dormia feliz num instante.

Imaginando meu telhado protetor
Meu colchão simples, mas confortante,
Hoje - menino já velho - cheio de dor...

Os segundos a tiquetaquear,
Penso lá fora, no chão sem cobertor,
Doentes, velhos e crianças a chorar...

Já são altas horas, retiro a lata da goteira
Para não ouvir o som que era de saudade,
Parecendo dar à miséria uma eira ou beira;
Somos todos cegos esta é a pura verdade...

Ribombar de trovões distantes ora tristes são,
O telhado já não me protege das gotas frias
Que caem lá fora em meu exposto coração...
Tempus fugit, e todos ficamos nesta apatia.

Não podemos sair a esmo pela noite afora,
A noite é o logro de um poema feito a sós
Não, a selva se alimenta de sangue agora,
Há angustia no Tempo que cala nossa voz...

E breves quanto eternos serão os segundos
Soma dos infindáveis minutos e horas feridas.
Para dormir só o acalanto de outros mundos

Nos agregará o fluir da paz para nossas vidas! 

domingo, 4 de fevereiro de 2018

BUSCAR O SABER


BUSCAR O SABER...

O tempo corre tão depressa com os corpos que precisamos parar e 
esperar nossa alma chegar. [De um conto indígena]

Tenho que penetrar fundo nas coisas que desejo saber - não saber e continuar não sabendo gera-me um sentimento de culpa, e malevolente inoperância. Chega a afetar-me a disposição, causando-me uma sensação de pequenez e incompetência. Com propriedade disse o gênio da escultura Michelângelo:
"Uma coisa bela nunca causa tanta dor quanto quando não se pode ouvi-la e vê-la." 
“Como faço uma escultura? Simplesmente retiro do bloco de mármore tudo que não é necessário.”
Outra frase de Michelângelo diz: “Não faço esculturas, na verdade, elas sempre estiveram lá. Eu apenas retiro os excessos.”
O que me faz lembrar de uma metáfora que não me lembro onde a li, mas a mim diz muito: - Eu encontro meus heróis onde os busco.

O que faço e precisamos todos fazer, é penetrar através da carapaça  que reveste a matéria e ir ao seu âmago que se nos apresenta como mistério ou impossibilidade.

Muito do desconhecido ou ignorado, recai na ignorância bruta e por sua vez na violência que é o ato de ruptura do ignorar , não saber, mas desejar.
O desejo de possuir algo material - se for trabalhoso, difícil, e o indivíduo for sem preparo para a vida, ignorante na acepção da palavra; de duas uma: ou ele abandona e se vai ou usa de ilimitada violência para abrir a argamassa que o separa do bem almejado.

A busca do poder é um grande e claro exemplo, quanto mais ignorante for o postulante ao poder, mais violento ou mais usuário de meios ilícitos será, corrompendo, roubando, matando, propinando. Não importa a ele em sua volúpia de poder se vai cometer genocídio, o que poucos  notam é que um usurpador, saqueador, do erário na essência é um genocida.

O saber não é privilégio deste ou daquele, mas trabalho físico-mental e intelectual, dos que têm força de vontade dedicação e persistência. Não é o dinheiro, caso fosse, todos os poderosos seriam luminares, gênios, mestres, doutores, intelectuais, sábios. Mas não, o que vemos é vergonhoso. Ocorre infelizmente na sociedade humana dita racional, o que as formigas operárias fazem para engordar e manter forte e saudável sua rainha; independente do tamanho, cor ou espécie das formigas. A rainha em sua zona de conforto é alimentada, cuidada, protegida, tem o "povo operário das formigas" para o trabalho e seu exército de proteção ao "reino".

Outro fator que vira e mexe uns "iluminados" alegam - é a questão da origem. Balela e falcatrua das maiores! Assim fosse, Abraão Lincoln seria um marginal, porque até os 33 anos foi lenhador com o pai e mais pobre não podia ser. Foi aprender a ler, entender de leis, escrever petições à luz de vela, escondido no General Store que foi trabalhar. Abria os caixotes de livros que vinham de encomenda para os advogados. Lia-os, retinha o saber, e devolvia cuidadosamente aos caixotes. Enfim, todos sabem quem e o que foi Lincoln.

 Aqui no Brasil recente, um negro retinto, chegou a ser ministro do STJ com seus próprios méritos (foi de carreira) e de criança a adolescente entregava lenha para as casas queimarem em fogão lá em Minas Gerais.. Quando teve sua própria carroça foi uma vitória. Modelo de honradez e justiça, e de ilibado conhecimento jurídico, aclamado pela maioria da nação. E, Augusto dos Anjos, e Machado de Assis... E tantos outros... Aqui e lá fora.

A persistência faz com que a pessoa prossiga em busca de seu objetivo mesmo encontrando caminhos difíceis, grandes obstáculos, que consegue diminuí-los frente a tenacidade com que luta contra o que seria, os mais desanimadores desafios ou obstáculos.

Nesta concorrida sociedade cada vez mais heterogênea e enigmática em um mundo em que a grande maioria desiste antes do fim do túnel, os persistentes furam o céu e passam na frente de todos aqueles que se sentaram a beira do caminho. Por entregar o corpo a um antecipado cansaço, outros por preguiça, interesses secundários de lazer, o ninho de algodão da zona de conforto. Covardes perante a vida, tomadores de atalhos - terrível fracasso os espera por pusilanimidade; jogam fora uma carreira e seus desleixados objetivos.

No entanto a persistência precisa andar junto da modéstia e da humildade, sem humilhação - que é a dose certa da autocrítica, da análise para discernimento de propósitos do melhor para si. Sem compromissos com o erro. Voltar atrás pela reflexão das conveniências. Mudar planos, rumos. Não há humilhação alguma em buscar as pontes mais resistentes, os caminhos mais seguros de acordo com as expectativas do momento de seu país e do mundo. Isso é ter lucidez somada à persistência dos melhores propósitos.

Disse Henry Moore [1898-1986], artista plástico e escultor - mudou na Inglaterra o conceito da escultura: “De tanto penetrar no coração da matéria acabei descobrindo o Céu do outro lado.”