OLHAR DE SAUDADE
Sombras entristecem
os olhos meus,
Na face notadamente
desvanecida,
Marejaram ao
confrontarem os teus,
E fizeram-me a
existência emudecida;
Vida que podíamos
ter, ei-la perdida...
Alma com o ímpeto
frêmito de saudade:
Teu hálito quente,
teus marcados gestos,
O amor, tudo
levaste contigo sem piedade,
Deixando-me no
caminho como um resto,
De forma simples e
fria, por futilidade.
Duas décadas
eternas foram passadas,
Nem tu mesma o
enigma podes entender:
Como o alguém que
tu friamente mataste
Inda assim
caminhando esteja a viver?
E o olhar a dizer -
que ainda me amas...!
Assim não tivesse
havido tal reencontro
Por obra do acaso,
mas a confrontar a vida...
Ironia, puro caso
fortuito, um nada e ponto?
Não; o teu olhar
demorado remexeu a ferida
Perene de triste
fado - acabado e pronto!
M. Martins santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário