sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O HOMEM DE UM LIVRO SÓ...




Quem busca regeneração e mudanças em sua vida moral, física ou espiritual, vai ter que "jogar lastros ao mar", como no jargão dos marinheiros, lá em seu navio, para o barco não adernar têm que lançar todo o supérfluo às águas, se não forem suficientes para a embarcação deixar de fazer água, passam a atirar mais "lastros" até os preciosos, se for o caso "o baú do tesouro" - mais vale a vida.

Assim, o ser humano para não adernar seu barco, devem lançar ao  mar tormentoso da vida seus lastros supérfluos: ideias ultrapassadas, dogmas e doutrinas ferrenhas - que deve saber serem na maioria das vezes - um separador de águas que afastam os amigos e até parentes próximos. Não querendo se desfazer delas, não as martele como uma araponga. Vencidas ilusões que não condizem mais ao tempo atual, ou ao local onde se encontra, ou com quem se encontra.

Devemos nunca nos esquecer que cada pessoa é única, tanto que, mesmo em gêmeos univitelinos as impressões digitais não são iguais. Ninguém no universo tem uma impressão digital igual a outra. É uma marca indelével, imutável e eterna da diferenciação dos homens. Portanto não devem tentar enfiar goela abaixo suas convicções a outro. Discorde, tenha a sua visão de fatos ou métodos, de dogma ou doutrinas. Mas entre seus iguais, que é debate aceito e livre. Por isso há as congregações, confrarias, associações etc. para debates a um tema em comum. Mesmo assim, é necessário votações, e os que perdem aceitam  a soberania do livre pensamento. Ou a elas frequentam por livre pensar.

A irredutibilidade é não aconselhável, tanto antes como após atirar-se os lastros ao mar - ou seja pretensão de ser nova pessoa - ou sendo uma nova pessoa impor-se aos demais. A humanidade jamais terá unanimidade e consonância de opiniões.

Se não estudas, equivale a dizer: se não lês; "é o homem de um livro só" como dizia Agostinho de Hipona e alertava: "Cuidado como o homem de um livro só"... Não aquele que escreveu um só livro, mas aquele que leu um só... As famosas cartilhas doutrinárias, que lhe bastam  para tudo, como o famoso "Manual do Escoteiro" dos sobrinhos do Pato Donald, ou o "Cinto de Utilidades" do Batman, tem tudo para toda e qualquer solução e emergências, desde descaroçar uma azeitona a construir uma espaçonave,  a pescar com as mãos e "eliminar" portadores de ideias contrárias. Enfim, instruem geniais analfabetos sociais. Consequentemente, quem não lê conforme dito, nada escreve de útil fora seu projeto e de resto, para alguém melhorar e acrescentar algo à vida. São pessoas do tamanho da circunferência de suas barrigas e não do tamanho de seu cabedal de ideias para conduzir pessoas.

Quem não lê não conhece, se não conhece nada constrói. Princípio básico  para Ser, para depois Ter. Prever para prover. 







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