A POESIA, O
TEMPO E O VENTO
Retornar de
um Tempo
Só o Amor
com sua ciência
Nos retorna
tão nascentes.
Nos retorna
à inocência
O Amor nos
faz carentes,
Doce
passado adolescente
Onde o
Tempo passou e levou;
Mas vivi
esse amor ardente,
Que do
coração não se apagou
Aquilo que
minha alma regou;
Esse doce
voltar somente,
O meu
coração - guardou...!
(m.m.s)
“Coração
aperta no peito
Morre um
pouco mais
A cada dia
que se vai...”
[Wau]
Isto que se
reflete e se repete,
Faz-nos
saber que a lágrima é o sumo da vida,
Que sai
quando se espreme o coração,
Nesta
malsinada vida, mas tão querida,
Muito
embora repleta de ilusão!
(m.m.s)
Tempus
fugit... Nunca cessa; como o vento que balouça as ramagens e poeticamente - meu
“Eu”- mais antigo, pede licença: para dizer que são sim, as árvores que fazem o
vento... São os grandes leques, não os de madrepérolas e rendas negras, mas os
de folhas, flores e verde Esperança.
Quero pedir
a licença do Grande Criador de todos os Poemas, para dizer também, que o tempo
não existe lá fora, é o tique-taque dos relógios, o badalar dos carrilhões e o
bimbalhar de todos os sinos que esculpem no tempo invisível a imagem do
Invisível Tempo...
Quero que a
imagem esculpida seja a mais linda materializada que jamais se viu por
ninguém...!
Aquela
escultura do ser amado, que o queremos vivo e eternizado... Aquela bela dama
nostálgica, tão saudosa do amado que se foi... Queda os dias refletindo sobre o
Tempo que lhe era tão belo; e esperando, ela espera... com os olhos perdidos no
infinito, seu grande amor voltar...!
Aquele
retrato pintado com arte sublimada, entremeando seu rosto no mais belo
pôr-do-sol, à aragem das brisas e o alçado voo dos pássaros em silhueta
contratada à palheta de cores!
Poetas e
escritores, sois todos criadores, pelas suas contribuições ao Belo, ao Amor e à
Paz - que de modo alado e encantado - nos fazem viajar entreabrindo as Cortinas
do Tempo - folheando como um álbum de figuras, as esquinas antigas de minha
alma serena ou em golfões de ira santa a "expulsar os vendilhões do
Templo", no buscar mais profundo de nosso pensamento...
O arrepio
do Vento e do Tempo inexorável e passante - a poética saga nos alenta,
antecipando o Paraíso trazido ao real - iluminando os caminhos do derradeiro e
incógnito final!
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