quinta-feira, 13 de outubro de 2016

AQUILO QUE NÃO SE OUVE



























Não escutamos a um pôr do sol, uma das maiores maravilhas da Criação


















  



Não ouvimos o crescimento de um gigante vegetal. Cresce ha século silenciosamente


Aquilo que não se ouve

Nós ouvimos claras e em bom som
As vozes gritadas, falsas ou excitadas,
Nos palcos, nos palanques ou nos púlpitos,
Dos altares erigidos à beira dos precipícios de arenito
Falam de forma demagógica, hipócrita...
Escatológica, com grito e barulho enganador,
Mistificadores apresentam as gaiolas de ouro
Que fazem plateia e povo, prender seu deus.


Desprezam-se hoje o valor do silêncio...
De uma flor ao se abrir nada se ouve,
No entanto é o desabrochar da maravilha
De uma obra da criação. Um pôr do sol...
O germinar de uma semente é absoluto silêncio,
Mas olhem as araucárias, as sequoias adultas,
Há quase século: de semente ao porte gigantesco
Sem ruído algum crescendo, frutificando,
E o homem com sua parafernália destruidora
As abatem em segundos, com estrépito e barulho...

Uma semente germina em absoluto silêncio, e após dezenas 
de silenciosos anos, produz um gigante vegetal



As ideias surgem em silêncio e podem mudar vidas,
Atentem para os jovens que estão mudando a cara
Deste país, locupletado pelos arautos de palanque,
Que ao roubar o erário, cometem genocídio a um povo,
Que morre quase ao vivo diante da TV, pela falta daquilo
Que proviria - da pilhagem do sofrido dinheiro do povo


Mas por misericórdia divina, jovens imbuídos do dever
De justiça, vestindo a armadura da dignidade, investigam
E mostram pelo menos as caras sem máscara, dos meliantes
Travestidos de arrogantes autoridades... E quanta arrogância...


Não escutamos o ruído da relva, das flores que crescem,
Nem de uma árvore nem de uma criança,
O importante não está no alarido, no bater no peito, nos gritos,
Nas ameaças, nas (falsas) promessas desses criminosos
Nos altares, nas tribunas, secretos gabinetes fechados,
Mas no silencioso e fecundo  brotar das sementes na terra,
Nos germens da esperança, na justa consciência dessa juventude
Cuja autoridade maior está na honestidade, no amor à nossa Pátria...  


Vejam já tenho setenta anos, e logo mais farei aniversário,
E nessa altura, ser otimista não é coisa fácil... 
Mas presto atenção nas Entrelinhas da vida
E creio que “A justiça tarda, mas não falha”,
Não apenas como um ditado a mais, mas uma crença.
Com Deus, o “Senhor do Tempo e da História” o mal nós venceremos.
Já  começamos a vencer!

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