COM O ÁUDIO
DA MELODIA, DA POESIA INSERIDA
ADIÓS MUCHACHOS, NA VOZ DE FRANCISCO ALVES
[O INESQUECÍVEL CHICO ALVES] PARA OS LEITORES
CONHECEREM A MELODIA.
TARDES TRISTONHAS
[Mauro Martins Santos]
Infatigável é a brisa que balança as folhagens em
silêncio
E quer
chegar ao jardim onde tento plantar meu cansaço,
Ao lado da
florida e lilás saudade onde mora tua ausência.
Nem é
tristeza visto o peso dos anos que me leva à velhice
Mais
aborrece do que dói nestas tardes. Tristonhas tardes!
As tardes -
sempre me foram tristonhas, desde a infância.
Era o ano
1950, acreditem , tinha quatro anos, uma criança...
Mamãe
procurando, me encontrou debaixo de uma mesa.
Chorava,
soluçava de doer o peito. Era uma tarde tristonha,
Um
alto-falante distante tocava a melodia de muita tristeza:
ADIÓS MUCHACHOS
Voz: Francisco Alves
Adiós Muchachos, companheiros desta vida,
Adeus amigos, meus camaradas;
Já chega o tempo de empreender a retirada,
Chegou o dia do adeus, rapaziada;
Adeus amigos, eu me vou resignado,
Sem tristes queixas, sentimentais;
Já terminaram para mim todas as farras,
Meu corpo exausto não resiste mais.
Perfumes do Oriente, alcovas de cetim,
Um riso, um beijo ardente, é o paraíso, enfim;
Mulheres, juventude, amores, alegria,
A vida inteira passa, em louca fantasia;
Há prata em meus cabelos, cansaço em minhas mãos,
No peito eu sinto o gelo, em vez do antigo ardor,
Não há mais sol, há sombras
Nos dias meus,
Adeus rapaziada, para sempre Adeus.
Adeus amigos, meus camaradas;
Já chega o tempo de empreender a retirada,
Chegou o dia do adeus, rapaziada;
Adeus amigos, eu me vou resignado,
Sem tristes queixas, sentimentais;
Já terminaram para mim todas as farras,
Meu corpo exausto não resiste mais.
Perfumes do Oriente, alcovas de cetim,
Um riso, um beijo ardente, é o paraíso, enfim;
Mulheres, juventude, amores, alegria,
A vida inteira passa, em louca fantasia;
Há prata em meus cabelos, cansaço em minhas mãos,
No peito eu sinto o gelo, em vez do antigo ardor,
Não há mais sol, há sombras
Nos dias meus,
Adeus rapaziada, para sempre Adeus.
Esta melodia eu ouvi, e vinha de uma
quermesse.
Por que um
menino de quatro anos triste chorou
Para mim é
um mistério o ouvir essa adulta canção.
Inda hoje
leva um pouco do sempre que me restou,
Talvez a
melodia houvesse lhe tocado o coração...
Para dizer a
verdade, ao relembrar-me disto assim:
Um fato
isolado, perdido lá na longínqua infância,
Estou fabricando
tristezas para plantar num jardim
Abandonado e
do esquecimento às vezes retirado,
No doce
amargo - a brisa vespertina vem até mim.
Tais tardes
tristonhas me levam até hoje para longe
Na luz que
enfraquecia através de cercas e quintais.
Tarde que se
foi na fala: “por que choras filhinho”...
Lembro que
disse: “A música é muito triste mamãe!”
Que poder emotivo continha tal fração de tempo?!
O Tempo! Misterioso
Tempo; tarde triste, triste tarde,
Que a um
menino de quatro anos de vida, emocionou?
É a vez
primeira que retrato o fato, de forma literária,
Por ter sido
arrebatado pela existência desta melodia!
PUBLICO O
ÁUDIO DA CANÇÃO NA VOZ DO INESQUECÍVEL
FRANCISCO ALVES
[MORTO EM ACIDENTE DE CARRO] NO
AUGE DA
CARREIRA - OUÇAM PARA CONHECER A MELODIA.
[Mauro Martins Santos]
Texto escrito conforme
o Novo Acordo Ortográfico .
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