quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Cães e humanos são os únicos animais a reconhecerem emoções de outra espécie



                                                          Desculpe...!


                                             Para casa menina...!

*Deparando-me com o título acima, causou-me forte curiosidade em lê-lo - tendo-o pesquisado em vários sites, para a constatação de seu teor comparado. Verifiquei que o principal é o que publico abaixo - após minhas considerações - visto que os demais decorrem da pesquisa da Psicóloga doutoranda na Inglaterra, Natália de Souza Albuquerque, pesquisadora da USP, que o assina e fornece seu endereço eletrônico. 

Mas, antes de deixá-los à vontade para ler o texto sob o título CÃES RECONHECEM EXPRESSÕES EMOCIONAIS, apresento-lhes - digamos, uma curiosidade - por mim coletada, nos recantos da memória. Trata-se de um trecho do Livro O HOMEM QUE ANDAVA DE RASTOS, de Arthur Ignatius Conan Doyle, [ com grifo meu] tendo em ação seu mais famoso personagem de histórias de detetive e suspense do mundo em todas as épocas, em que ele escreve o seguinte:
...............................................

(...) - Há de me desculpar uma certa abstração de espírito, meu caro Watson — disse ele. — Contudo, foram submetidos à minha apreciação alguns fatos curiosos, que, nas últimas vinte e quatro horas, deram por sua vez origem a algumas especulações de caráter mais geral. Tenho pensado seriamente em escrever uma pequena monografia a respeito da utilidade dos cães no trabalho do detetive.

- Mas isso, Holmes, já é assunto explorado — disse eu. — Cães policiais

- Não, Watson, não. Esse aspecto do assunto é naturalmente conhecido. Mas existe outro muito mais sutil. Deve se recordar de que, no caso que você, no seu estilo sensacional, associou às Copper Beeches, eu consegui, observando o espírito da criança, formular uma dedução relativa aos hábitos criminosos do pai, burguês de respeito.

- Sim, lembro-me muito bem.

- O curso das minhas idéias relativamente aos cães é análogo. O cão reflete a vida da família. Onde é que já se viu um cão espevitado numa família sorumbática, ou um cão tristonho numa família jovial? Gente rabugenta tem cães rosnadores, gente perigosa tem cães perigosos. E as disposições de espírito passageiras destes talvez reflitam as disposições passageiras dos seus donos.

Abanei a cabeça.
- Há de convir, Holmes, que isso é um pouco forçado.
Ele tornara a encher o cachimbo e sentou-se direito, sem tomar conhecimento do meu comentário.

- A aplicação prática do que acabo de dizer prende-se intimamente ao problema que estou investigando. A meada, como vai ver, tem muitas voltas, e ando à procura do fio que provavelmente está na seguinte pergunta; por que é que Roy, o fiel cão do professor Presbury, tem tentado mordê-lo?

*Minha curiosidade mais se acentuou visto que Conan Doyle era médico e embora não usasse explicitamente a primeira pessoa verbal da ação, Sherlock Holmes era sua projeção - mesmo porque toda a engenhosidade mental (preceptora do computador) era fruto da mente de Doyle. Ainda, usou como coadjutor de Sherlock o Dr. Watson, não coincidentemente médico. Quando não se encaixava em Holmes, vestia-se de Watson. Bem, mas o que tinha a dizer já disse, curiosamente pela boca de Holmes, Conan Doyle preconizou as pesquisas caninas, lá em 1926, em seu conto citado. [M.M.S]

Cães reconhecem o significado de expressões emocionais

Cães e humanos são os únicos animais a reconhecerem emoções de outra espécie

Um artigo sobre o tema, Dogs recognize dog and human emotions, foi publicado nesta 
quarta-feira, dia 13 de janeiro, na revista científica Biology Letters, e tem obtido uma grande repercussão na mídia e no meio científico internacional. Uma nota chegou a ser divulgada no site de notícias da Revista Science. A pesquisa teve a coparticipação da professora Carine Savalli, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), entre outros pesquisadores.
De acordo com a pesquisadora, os resultados dos experimentos mostram que os cães reconheceram muito bem as expressões humanas de raiva e alegria. No entanto, eles foram ainda melhores em reconhecer as expressões de outros cães. “Por isso, acreditamos que esta é uma habilidade intrínseca deles, que são animais naturalmente sociais e já interagiam em seu passado evolutivo com coespecíficos [animais da mesma espécie]“, destaca.


       Obrigado pelo carinho...

Mas, segundo a bióloga, trata-se também de uma habilidade que deve ter sido altamente vantajosa para o estabelecimento e manutenção das relações com os seres humanos e identificação de pessoas amigáveis ou não.
Os dados foram obtidos durante o mestrado da pesquisadora, apresentado ao Instituto de Psicologia (IP) da USP e realizado parcialmente na Universidade de Lincoln, no Reino Unido, onde Natalia é atualmente pesquisadora visitante. A bióloga trabalhou com o grupo do pesquisador Daniel Mills, coorientador do mestrado, um dos maiores especialistas mundiais em comportamento animal. No IP, a orientação foi da professora Emma Otta. Quem tem cachorro sabe que, muitas vezes, o melhor amigo do homem parece entender o que dizemos e como nos sentimos. Estudo da bióloga Natalia de Souza Albuquerque, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, comprovou o que antes era desconfiança: esses animais conseguem, além de diferenciar, reconhecer expressões emocionais de raiva e alegria tanto em seres humanos como em outros cães. “Obtivemos, com este estudo, a primeira evidência científica de que essa habilidade está presente também em animais não primatas”, destaca a pesquisadora.
Natalia explica que os primatas, como chimpanzés e macacos Rhesus, são capazes de reconhecer emoções, mas apenas entre si. O estudo mostrou que os cães também fazem isso. Entretanto, até então, apenas seres humanos eram considerados capazes de reconhecer emoções, tanto de outros humanos como de outros animais.
Mas a pesquisa de Natalia mudou tudo. “Um dos resultados mais interessantes deste trabalho é mostrar que os cães são os únicos animais, fora os seres humanos, que conseguem reconhecer as emoções entre si e em outras espécies”, comemora.

Estudo mostrou que os cães reconhecem emoções de outros cães e também de seres humanos

No entanto, os animais foram ainda melhores em reconhecer as expressões de outros cães
Associando o som à imagem

A metodologia utilizada foi desenvolvida em 1964 pelo psicólogo Robert Lowell Fantz para ser aplicada em crianças na fase não verbal, mas já foi usada em primatas. Natalia analisou o comportamento de 17 cães, que não passaram por nenhum tipo de treinamento ou tiveram qualquer contato com os estímulos utilizados. Eles foram colocados, individualmente, em uma sala, a cerca de dois metros de distância de um painel contendo duas grandes telas. Uma segunda experimentadora segurava o animal, mas sem interagir com ele. O cão ficava sentado, de frente para o painel.
Natalia permaneceu atrás do painel, sem estar visível, observando duas câmeras: uma focava o animal e a outra mostrava a imagem das telas. Um jogo de luzes, no meio do painel, chamava a atenção do animal no início de cada teste. Quando ele olhava para a região central, Natalia exibia nos telões duas imagens: de um lado, a face de uma pessoa com expressão de raiva e, no outro, a imagem da mesma pessoa com expressão de alegria. Esses estímulos eram de cães e humanos (femininos e masculinos). As imagens eram de pessoas e animais desconhecidos dos participantes e em tamanho real.
Simultaneamente à exibição da imagem, era tocado um som, que poderia ser uma vocalização (voz para humanos e latidos para cachorros) que poderia ser positiva, negativa ou um som neutro. “Para os seres humanos, utilizamos a expressão ‘venha cá’, em português, pois todos os cães eram ingleses e queríamos utilizar uma língua totalmente desconhecida para eles”.
O som era tocado e repetido durante 5 segundos, mesmo tempo de duração de apresentação dos estímulos visuais. A pesquisadora analisou o comportamento dos cães, observando os movimentos dos olhos e da cabeça. Ela percebeu que eles associavam os sons às imagens. Diante de um som positivo, eles passavam mais tempo olhando para a imagem correspondente a essa emoção positiva. “Se o animal consegue reconhecer aquele estímulo sonoro, ele passa mais tempo observando a imagem correspondente. Ele reconhece o conteúdo emocional do estímulo”, destaca.
Segundo ela, nesse caso, a única correspondência entre voz / latido e uma expressão facial é o conteúdo emocional. “São estímulos de modalidades sensoriais diferentes, um é auditivo, o outro é visual, e não há correspondência direta. Se os cães respondem apropriadamente ao experimento, é porque ao escutar o som eles ativam uma representação cognitiva daquela emoção que vai ser utilizada no momento de discriminar entre as duas telas. Isto quer dizer que eles conseguem categorizar e reconhecer as emoções”, finaliza.
Agora, em seu doutorado, a pesquisadora continua trabalhando numa parceria entre a USP e a Universidade de Lincoln sobre o tema. O foco desta vez é entender quais são os mecanismos que os animais utilizam para reconhecer essas emoções.
Imagens cedidas pela pesquisadora
Mais informações: e-mail natalia.ethology@gmail.com, com a pesquisadora Natalia de Souza Albuquerque


Muitos donos de cães acreditam que seus animais de estimação são capazes de identificar o seu humor, mas cientistas demonstraram de uma vez por todas que o melhor amigo do homem pode até reconhecer as emoções humanas.




 [BARKING] 
Os pesquisadores chegaram a esta conclusão ao combinar informações de diferentes maneiras através das quais os cães formam representações mentais abstratas de estados emocionais positivos e negativos nas pessoas.
Estudos anteriores haviam mostrado que os cães eram capazes de diferenciar entre emoções humanas através de sinais como expressões faciais, mas isso não é igual ao reconhecimento emocional, de acordo com o Dr. Kun Guo, da Escola de Psicologia da Universidade de Lincoln, na Inglaterra.
“Este é o primeiro experimento empírico a mostrar que os cães podem integrar aspectos visuais e oratórios para entender ou diferenciar emoções humanas como emoções caninas”, disse Kun à Reuters.
Os experimentos foram realizados por uma equipe de especialistas em comportamento animal e por psicólogos da Universidade de Lincoln, no Reino Unido, e da Universidade de São Paulo, no Brasil.

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