RASTROS QUE
O TEMPO FAZ
Essa
força invisível, mas sensível, a roçar a pele, que é o Tempo,
se
assemelha à superfície do lago levemente tocada pelo Vento,
*
Que se
enruga de mansinho, enquanto o tempo nos vai passando.
A prenda
se importa um pouquito! Tu és linda!! Dou-te este pito!
*
O que nos
falta em lisura de pele, se nos hay recompensa nos guris.
Solita
minha prenda vale, a lua crescente quando à noite ela sorri.
*
Assim os
dois manos cantadores de vaneira, fandango e chimarrita,
despediram
de suas prendas, dos guris, piás, do pai e da mãe Rita!
*
Não
seriam irmãos: o Tempo e o Vento? Não é à toa rimarem tanto;
Tu não
achas os pajadores, poetas e cantores revestidos de encanto?
*
Os dois
não param, atrelados, como irmãos haraganos pelos pampas,
Coxilhas,
invernadas e sertões; de grotões a canhadas e outras tantas.
*
Rumam nos
caminhos à cidade; pra cantar no bolicho do Aureliano,
em meio
ao pó vermelho das trilhas, levantado pelo vento minuano.
*
Porteira
fora o chão é mais pedregoso, a cama é mais dura, a comida
é rara.
Salgada no bolso e na boca sem gosto, não atinavam esta vida:
*
Café
fraco e só na padaria; não há bule no fogão de lenha e nem angú
com
cambuquira, nem brasa e uma costela ou de quebra um inhambu .
*
O Tempo
não pára, deixando rastros fortes uníssonos ao vento cantor,
Na busca
a saudade da paz da beleza, a liberdade e harmonia do amor.
*
Os
andejos araganos, a sina os encilha, ao longe a saudosa querência,
Um abanar
de lenço: pai perdoe teus filhos a tristeza dessa ausência!
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Mônica
do S Nunes Pamplona em 15 janeiro 2016 at 0:14
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Inevitáveis rastros do tempo onde a memória
agasalha, com tanto carinho, tamanha recordação.
Soa o vento, a levar na contramão, todo o
momento do tempo. Deixando tudo guardado, no lado esquerdo do peito.
Teus versos soam em ritmo, de uma linda
melodia.
Encantada com tua criação.
M.M.Santos - 20 janeiro 2016 at 01:35
Minha
inestimável e sempre fiel amiga.
Sempre me
bate ao peito a felicidade, a que feita se diz de momentos,
quando me
deparo com teu amável sorriso - que a tua alma emoldura
de
iluminada poeta - faz-te saber que são hermanos: o Tempo e o Vento...
E na vida
acrescento o que vale de verdade: estes momentos de ternura.
Mônica:
Quisera
ser um poeta de verdade,
para
exprimir de forma enlevada
o quanto
de valor tem tua amizade.
Um abraço
deste amigo que a estima sincera e fraternalmente.
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