QUANDO AS JOVENS SE ORNAVAM DE FLORES
Nos momentos mais suaves dos marcados caminhos do espírito,
Nos momentos mais suaves dos marcados caminhos do espírito,
extasiado no silêncio de paz que envolve meus longos momentos restritos,
surge-me um vulto de brilho, com graça intensa, esvoaçante,
sutil e delicada, envolta em esfuziantes véus, pétalas de rosas e dálias
de um jardim que conheci e me foi tão amado há tempos infinitos...
Séculos passados.
Quando as jovens se ornavam de flores...
A beleza poética se acomoda nos recônditos da alma que se faz pura,
convida todas as letras e instrumentos musicais de todos os tons
para compor um coral de luzes, cores e sons.
Aves que revoam, são de grande envergadura,
se unem aos Anjos, que produzem
num ruflar de asas um canto vesperal que se expande e pela imensidão perdura...
Seu brilho rutilante se junta aos demais nesta visão vermelho-púrpura.
A paisagem se funde em nuvens panorâmicas,
nesgas de rendas e lãs, muito brancas,
ora aqui ou ali poucamente acinzentadas, ora laranjas, róseas ou lilases.
Lá ao longe, bem ao fundo do longe, uma pincelada de púrpura se avoluma lentamente. Vêm planando ornadas de prata, ouro e ametistas.
O que dizem ser sonho, digo a mim mesmo: - É a Paz! Nada é utópico ou intangível quando um ser quer assim!
Quando a alma se assenta em harmonia com o silêncio, no recato de seu canto,
sua rede, aos pés seu cãozinho amarelo vira-lata, que atende por Tambor.
Há brisa, há plantas e flores no pátio do quintal.
Há realidade me cercando... mas meu sonho me pertence, eu o faço porque o quero, porque é bom sonhar - porque a vida é boa é bonita, e me pertence.
E vou despetalando os dias como se desprende as pétalas da flor do malmequer.
Se o domínio da introspectiva vontade é de meu zelo, minha alma.
É esta alma, que a trago da infância e a quero sempre comigo,
e estes meus sonhos de segredos e de doce acalanto;
estes meus sonhos encantados, meus eternos companheiros e amigos
força da inspirada visão que me embala e me acalma.
É maravilhoso ser senhor deste Bem que sempre quero como um manto,
esta preciosa emoção de Amor, a me embalar mansamente - que espero tanto.
A recorrente visão etérea da razão: sonho e esperança que calam meu pranto.
SILVIA MOTA
COORDENADORA - PEAPAZ
MARIA IRACI LEAL [MIL]
ADMINISTRADORA - PEAPAZ
Nenhum comentário:
Postar um comentário