quarta-feira, 6 de maio de 2015

O TEMPO PASSA COMO O VENTO


O TEMPO PASSA COMO O VENTO...
Passa...
Passa ó Tempo quanto quiseres  passar...
Levando as horas mudas de agonia,
E junto esta vida cansada a se arrastar;
Leva-a junto em teu rastro a nostalgia,
A lugar distante a não poder se recordar.

Voa...
Voa, traspassa tuas asas de látego atroz,
Espalha a noite sinistra no fogo que emurchece,
As paixões de outrora, sob teu sorrir de algoz,
Atiraste a morrer no vale sombrio que emudece.

Faço...
O pranto faço - das estrelas lágrimas brilhantes,
O martírio insone das horas mortas  minha sorte,
Sudário profundo lilás de soluços tão dolentes
Trazem-me apenas a finitude do que já era a morte.

Corre...
Nas noites e madrugadas num céu de faz de conta
Comigo, terna e serena, numa aura alegre e louçã;
Livra-me como em prece das dores do duro açoite
Leva-me contigo, no perene despertar da manhã.

Foge...
Da perfídia que nos persegue qual alma desgarrada,
Vamos aonde o vale verdejante pereniza o arrebol
Foge comigo para longe dessas via desencontrada

Da mentira, este espectro  que  apagou  o nosso Sol. 


Mauro Martins Santos
Moji Guaçu - SP 

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