Quantos anos já se passaram de nossa última despedida. Do último beijo, onde senti o profundo desdém de sua parte.
Ofertou-me no último adeus uma boca fechada e seca, rígida, sem um mínimo tremor; sem nenhuma presença interior ou qualquer vestígio de sentimento. Melhor, sem qualquer bom sentimento que pudesse dirimir minha dor.
O inacreditável é para onde foi aquela paixão que surgiu de você e em você, e, veio atingindo-me gradativamente?
Para onde foi a paixão que surgiu como um vendaval, que cresceu tanto com sua conquista a mim, arrostando tudo? Chegou como se fosse um ciclone seguido da forte tempestade e se foi como um nada...
Após aquele momento restou o silêncio, uma triste e temerária calmaria. Não a esperada, desejada, mas aquela que se acompanha da apreensão de que a qualquer instante algo mortal aconteceria. E aconteceu!
Você, aquela deusa, que incorporava uma forma de violenta paixão, de repente se cobriu de névoa.
Jurei e juro por tudo, que tentei entender sua atitude e até hoje não consigo...Eu nada mais representar para você!
Como a vida é estranha, se assemelha a uma ficção! Surpreendente em suas manifestações mais incompreensíveis.
O que realmente houve todo o tempo? Existiu paixão de fato ou tudo está ao sabor das dissidências dos sentimentos? Será que a paixão demais, cega o amor de verdade? Enlouqueceu o amor?
Confesso, sempre a via antes de tudo começar, nunca lhe tivera atenção e agora morria ao vê-la enclausurada naquela mortal indiferença...
Quem viveu todo um imenso sentimento que cresceu regado por amor e paixão, ver escapar-lhe como areia fina da praia pelos vãos dos dedos sem nada poder fazer, já sofreu o frio da morte, foi para outra dimensão, já não é mais o mesmo.
Mais tarde, muito mais tarde retornei à chamada vida. E, às vezes conto histórias que parecem ter pertencido a uma outra existência.
Mauro M. Dos Santos - ///@//rº S@//tºs
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