sábado, 12 de julho de 2014





DISCURSO DIALOGAL  ENTRE  JUSTINO DE ROMA
E TRIFÃO FILÓSOFO JUDEU

Um dia de outono, com as folhas rodopiando por sobre as esculturas e portais do  Ginasium, o velho Justino de Roma, conta que um velho filósofo encetou  replicas propositais ao jovem Trifão, que era, por desejo de suas altas especulações um filósofo sendo ele judeu. Tritão, em seu âmago queria juntar sua profunda crença Deista ás elucubrações da filosofia que prometia transcender o mais alto conhecimento místico dos místicos. E assim, o velho pediu permissão a acompanhar Trifãoe fizeram caminhando pelas alamedas do paço e das arcadas, com heras e trepadeiras floridas.
Com era intenção do velho filósofo, ao terminar um longo diálogo com Trifão, testando-o em duros “embates, onde da armaduras do conhecimento saiam chispas de fogo e as espadas eram pesadas”. O velho filósofo conclui:
– Há muito tempo, existiram alguns homens mais antigos do que todos estes considerados filósofos, homens bem-aventurados, justos e amigos de Deus, que falaram inspirados pelo espírito divino e, divinamente inspirados, predisseram o futuro que está se cumprindo exatamente agora. São os chamados profetas. Somente eles viram e anunciaram a verdade aos homens, sem temer ou adular ninguém, sem deixar-se vencer pela vanglória; pelo contrário, repletos do Espírito Santo, disseram apenas o que viram e ouviram. Seus escritos se conservam ainda hoje, e quem os lê e neles acredita pode tirar o maior proveito nas questões a respeito do princípio e fim das coisas e sobre aquelas coisas que o filósofo deve saber. Com efeito, eles nunca fizeram seus discursos com demonstração, pois eles são testemunhas fidedignas da verdade, acima de toda demonstração. Além disso, os acontecimentos passados e os atuais obrigam-nos a aderir às suas palavras. É justo crer neles também pelos milagres que faziam, pois mediante eles glorificavam a Deus criador e pai do universo, e anunciavam a Cristo, seu Filho, que dele procede. Em troca, os falsos profetas, cheios de espírito enganoso e impuro, não fizeram nem fazem isso, mas atrevem-se a realizar certos prodígios para espantar os homens e glorificar aos espíritos do erro e aos demônios. Quanto a ti, antes de tudo, roga que as portas da luz te sejam abertas, pois estas coisas nem todos as podem ver e compreender.
Isto demonstrou não uma vitória, pois o velho mestre filósofo já estava aceptível, há muito às ideias símiles de Tritão, discípulo no Ginásium, que poderia ser seu pupilo em sua cadeira. Vez que o velho filósofo já estava jubilado. Mas o embatia exatamente para medir a consistência daquilo que logo mais afirmaria Tifão.
- Ditas essas coisas e muitas outras, que não é o caso de referir agora, o velho foi embora, depois de exortar-me a seguir os seus conselhos. E eu não voltei a vê-lo mais. Contudo, senti imediatamente que se acendia um fogo em minha alma esse apoderava de mim o amor pelos profetas e por aqueles homens amigos de Cristo.
 Refletindo comigo mesmo sobre os raciocínios do ancião, cheguei à conclusão de que somente essa é a filosofia segura e proveitosa. Desse modo, portanto, e por esses motivos, sou filósofo, e desejaria que todos os homens, com o mesmo empenho que eu, seguissem as doutrinas do Salvador. Com efeito, nelas há alguma coisa de temível e são capazes de comover os que se afastam do caminho reto, ao mesmo tempo em que elas se convertem em dulcíssimo descanso para aqueles que nelas meditam.
Também tu, se te preocupas com algo de ti mesmo, se aspiras por tua salvação e tens confiança em Deus, como pessoa que não está alheia a essas coisas, é possível para ti alcançar a felicidade, reconhecendo o Cristo de Deus e iniciando-te em seus mistérios.

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1. ADAPTAÇÃO DO AUTOR COM INSERÇÕES AO LONGO DISCURSO DIALOGAL: entre Justino de Roma (ou Justino Mártir) com o filósofo judeu Trifão, ocorrido durante o segundo século d.C.



sexta-feira, 11 de julho de 2014

ORAÇÃO PARA NOSSOS SEGREDOS

ORAÇÃO PARA NOSSOS SEGREDOS


Grande loucura é descurarmos as coisas úteis e necessárias,
entregando-nos com avidez, às curiosas e nocivas. Em verdade
temos olhos e não vemos.


Ajuda-nos Senhor quanto aos nossos segredos. Não nos permita guardá-los sem os confessarmos a ti, presos em nossa alma, para satisfação e a cumplicidade de outras; atormentando-a, fazendo-a sofrer, com o embotamento da face, negando-nos o brilho junto aos nossos entes mais amados. 
O sentimento de culpa é instalado em nosso coração, configura-se o remorso, este sintoma nefando que se pospõe à diabólica traição. É o “Judas” que nos tira a vida e nos leva à condenação eterna. 
Faze-nos, pois, no silêncio de nosso recôndito mais interno, na solidão de nosso quarto somente nós e a Ti Senhor, em humildade e contrição confessar nossas falhas não importa se humanas, são de filhos desobedientes a um Pai Bondoso e Justo, que saberá nos perdoar.
Ajuda-nos Pai quanto a nossos segredos, para que não iniciem a escalada da culpa que culmina no nefasto remorso, que nos corrói  qual barcos naufragados.
Segredo é sempre algo muito pessoal que guardamos para nós a sete chaves. 
O dia em que revelamos a alguém, nunca mais será um segredo. 
Não confessemos a humanos, que esquecem o que são, e se comprazem em vilipendiar seu próximo e semelhante. 
Confessemos ao Tribunal Sagrado, sempre pronto ao perdão do reinício, pelo preço do eficaz Arrependimento. 
“Vai e não peques mais” – disse Jesus à adúltera.

Acredito meu Querido Pai Eterno, que não haja um ser humano sequer que não o possua. Jesus mesmo pediu aos seus discípulos que ao verem seus milagres a ninguém os dissesse, e nisto não foi ouvido. Ele o sabia. Foram voltados a seres humanos que com ímpetos de até pensando fazer o bem, acabam errando: “vamos divulgar os atos do mestre, vamos promovê-lo perante às gentes” – mas as gentes são heterogêneas em suas intenções e propósitos. Uns para com seu servilismo abjeto e rastejante, outros pelo cargo que ocupam e não podem ser diminuídos na “autoridade” que ostentam outros por inveja, os demais por pura maldade gratuita.

A primeira impressão que nos assoma é que ao dizermos ter segredos, seremos julgados por nossos iguais como se fossemos portadores de  maléstia que eles não têm e podem adquirir: perversão, pecados e males de toda sorte. 
Por isso Pai, livra-nos deste “espinho na carne” que muitas vezes carregamos pela vida toda sem vos confessar. 
Por outro lado Senhor, temos que pensar que se não revelamos tudo aquilo do íntimo  da alma para o mundo dos homens, é na maioria das vezes uma forma de defesa e até de preservação da própria vida.
Ao abrir-te eu próprio meu coração nesta prece, Meu Senhor, esclareço que em certos atos, ao contrário de ao mundo humano, tenho por dever de espírito e íntima consciência  livrar-me deste peso que carrego junto a meus iguais. “Vinde a mim vós que estais cansados e sobrecarregados, que Eu vos aliviarei” – disse Teu Amado Filho Jesus.

A oração a Ti Senhor, constantemente praticada pelo Mestre, é uma forma por Ele nos ensinada divinamente eficiente e eficaz de confissão do mapa secreto de nossa alma, aberto para ser apagado ou modificado seu roteiro por um Guia, que pode nos conduzir por intrincadas trilhas, retirando-nos do emaranhado confuso, depressivo, vergonhoso, inibitório e limitador de nossa liberdade em desfrutar da alegria e felicidade no restar de nossas vidas.

Precisamos crer sempre, e suplicar por isso, que existe um Ouvidor no Etéreo Infinito, eternamente a nos propiciar a vazão da estressante incógnita alojada em nossa alma. Tu Senhor, pela psicologia teológica que domina a Cósmica Universal, nos liberta de todas as culpas confessadas com sincero desejo de livramento e nos renova.


Desce Tua luz redentora sobre nós, faz-nos  leves e libertos, sem culpa, sem remorsos, perdoando para sermos perdoados. Junta nossos cacos Senhor e nos torne um vaso novo.

AMÉM!