DISCURSO DIALOGAL
ENTRE JUSTINO DE ROMA
E TRIFÃO FILÓSOFO
JUDEU
Um dia de outono,
com as folhas rodopiando por sobre as esculturas e portais do Ginasium, o velho Justino de Roma, conta que
um velho filósofo encetou replicas
propositais ao jovem Trifão, que era, por desejo de suas altas especulações um
filósofo sendo ele judeu. Tritão, em seu âmago queria juntar sua profunda
crença Deista ás elucubrações da filosofia que prometia transcender o mais alto
conhecimento místico dos místicos. E assim, o velho pediu permissão a
acompanhar Trifãoe fizeram caminhando pelas alamedas do paço e das arcadas, com
heras e trepadeiras floridas.
Com era intenção do
velho filósofo, ao terminar um longo diálogo com Trifão, testando-o em duros
“embates, onde da armaduras do conhecimento saiam chispas de fogo e as espadas
eram pesadas”. O velho filósofo conclui:
– Há muito tempo,
existiram alguns homens mais antigos do que todos estes considerados filósofos,
homens bem-aventurados, justos e amigos de Deus, que falaram inspirados pelo
espírito divino e, divinamente inspirados, predisseram o futuro que está se
cumprindo exatamente agora. São os chamados profetas. Somente eles viram e
anunciaram a verdade aos homens, sem temer ou adular ninguém, sem deixar-se
vencer pela vanglória; pelo contrário, repletos do Espírito Santo, disseram
apenas o que viram e ouviram. Seus escritos se conservam ainda hoje, e quem os
lê e neles acredita pode tirar o maior proveito nas questões a respeito do
princípio e fim das coisas e sobre aquelas coisas que o filósofo deve saber.
Com efeito, eles nunca fizeram seus discursos com demonstração, pois eles são
testemunhas fidedignas da verdade, acima de toda demonstração. Além disso, os
acontecimentos passados e os atuais obrigam-nos a aderir às suas palavras. É
justo crer neles também pelos milagres que faziam, pois mediante eles
glorificavam a Deus criador e pai do universo, e anunciavam a Cristo, seu
Filho, que dele procede. Em troca, os falsos profetas, cheios de espírito
enganoso e impuro, não fizeram nem fazem isso, mas atrevem-se a realizar certos
prodígios para espantar os homens e glorificar aos espíritos do erro e aos
demônios. Quanto a ti, antes de tudo, roga que as portas da luz te sejam
abertas, pois estas coisas nem todos as podem ver e compreender.
Isto demonstrou não
uma vitória, pois o velho mestre filósofo já estava aceptível, há muito às
ideias símiles de Tritão, discípulo no Ginásium, que poderia ser seu pupilo em
sua cadeira. Vez que o velho filósofo já estava jubilado. Mas o embatia
exatamente para medir a consistência daquilo que logo mais afirmaria Tifão.
- Ditas essas
coisas e muitas outras, que não é o caso de referir agora, o velho foi embora,
depois de exortar-me a seguir os seus conselhos. E eu não voltei a vê-lo mais.
Contudo, senti imediatamente que se acendia um fogo em minha alma esse
apoderava de mim o amor pelos profetas e por aqueles homens amigos de Cristo.
Refletindo comigo mesmo sobre os raciocínios
do ancião, cheguei à conclusão de que somente essa é a filosofia segura e
proveitosa. Desse modo, portanto, e por esses motivos, sou filósofo, e
desejaria que todos os homens, com o mesmo empenho que eu, seguissem as
doutrinas do Salvador. Com efeito, nelas há alguma coisa de temível e são
capazes de comover os que se afastam do caminho reto, ao mesmo tempo em que
elas se convertem em dulcíssimo descanso para aqueles que nelas meditam.
Também tu, se te
preocupas com algo de ti mesmo, se aspiras por tua salvação e tens confiança em
Deus, como pessoa que não está alheia a essas coisas, é possível para ti
alcançar a felicidade, reconhecendo o Cristo de Deus e iniciando-te em seus
mistérios.
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1. ADAPTAÇÃO DO AUTOR COM INSERÇÕES AO
LONGO DISCURSO DIALOGAL: entre Justino de Roma (ou Justino Mártir) com o
filósofo judeu Trifão, ocorrido durante o segundo século d.C.