O Castelo de frente
para mim...
Numa sala o
acervo do rei: aluvião de ilusões
Ao construir meu castelo a sala pareceu-me imensa
Ao construir meu castelo a sala pareceu-me imensa
Ora se
apresenta mínima para tantas e decepções.
Construí torres contra os ataques da vida insana,
Das janelas das altas torres assistia aos pores do sol,
Construí torres contra os ataques da vida insana,
Das janelas das altas torres assistia aos pores do sol,
Ao tempo
que via entre nuvens vossa imagem diáfana
Mais fácil preservar em luta renhida muralhas acossadas
Por exércitos de bárbaros, nórdicos ou romanos,
Mais fácil preservar em luta renhida muralhas acossadas
Por exércitos de bárbaros, nórdicos ou romanos,
Do que da infidelidade
os tropeços e enganos
Dos mistérios de uma alma de todo encouraçada
Enaltecidos e declarados sentimentos a ti Ivana,
Dos mistérios de uma alma de todo encouraçada
Enaltecidos e declarados sentimentos a ti Ivana,
Meu coração
encontra vossas muralhas fechadas
Em distanciamento falseado como de paixão insana.
Perfídias na trilha dos sonhos, em busca de tua lealdade,
Em distanciamento falseado como de paixão insana.
Perfídias na trilha dos sonhos, em busca de tua lealdade,
Somam-se ao
empoeirado acervo das desilusões,
Ouvindo na
capela o sábio e velho abade:
- Majestade,
as atitudes ofensivas que beiram a leviandade,
Tudo se
assemelha à alma de uma alteza de coração vazio,
Vais
aumentar teu já diverso e grande acervo de perdidas ilusões
Alteza, Ivana desdeixa seu principado a cuidados tardios.
Alteza, Ivana desdeixa seu principado a cuidados tardios.
Majestade não
deixais cair vossa autoridade em decepções,
Viverei no reino só mais um pouco, e neste Castelo um nada,
Observo o Tempo correr e as brumas caminham para o vazio
Sons de cantos gregorianos são o acolchoado de minhas noites
Viverei no reino só mais um pouco, e neste Castelo um nada,
Observo o Tempo correr e as brumas caminham para o vazio
Sons de cantos gregorianos são o acolchoado de minhas noites
Carece meu
coração de vos falar antes que o saber seja tardio,
Nas brumas
de minhas derradeiras visões vejo o vosso povo,
Ignoram a individualidade
de vossa paixão e gemem de frio e dor...
Antes que
me vá, reflita com firmeza nos propósitos de vosso reino,
Falo-vos
essas coisas pelos procedimentos de Sua Alteza Ivana,
Em miséria
deixou seu povo; e só por cobiça não vos dedica amor.
Aguarde meu
bom rei, um verdadeiro amor de terras distantes,
Sem os
sentimentos abjetos de Ivana, que embora linda é uma tirana,
Abra as
arcadas do torreão do Castelo e ouça os louvores incessantes,
Do povo que
te ama e respeita, não decaias, receba do povo o clamor!
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