O Amor é um sentimento nobre demais para se
viver mendigando.
NÃO REMENDE ROUPA VELHA COM PANO NOVO
O título pode parecer díspar frente ao que
vai ler, mas à medida da leitura do assunto, ele se encaixa.
O Amor entre um casal é na verdade pouco
falado como se deve. Ou é colocado quase sempre sobre os trilhos da teologia,
dos aconselhamentos vestidos de autoajuda, ou tecnicamente pela
psicologia-social e outras áreas se o caso for específico. Na grande razão só
deveria vir de forma natural, como o verdadeiro sentimento que é - da
composição do ser humano e sua atração pela outra pessoa.
À medida que o casal precisa de constante...
repito - constante intervenção externa
nos moldes citados, mais inclusive o policial e seus desdobramentos para o
jurídico, começamos a pensar no que o título deste ensaio tem a nos dizer.
A História tem fatos reais e romances às
centenas - sobre uniões baseadas nos interesses financeiros, nobiliárquicos ou
políticos, onde um dos cônjuges - normalmente eram as mulheres que mais sofriam
- passavam a ser somente um objeto sexual, uma serviçal e 'boa' parideira. Que,
aliás, a sequência maternal em série, era para mantê-las confinadas aos filhos
- para os homens de posses, terem tempo livre para seu harém espalhado pela
cidade e vizinhanças, ou nos lupanares. Houve casos, não poucos, de internações
de mulheres sadias como loucas, por maridos fazendeiros ricos, para livrar-se
delas no famigerado hospital do “holocausto brasileiro” de Barbacena-MG [De
1903 a 1980, mais de 60 mil pessoas morreram no Hospital Colônia, e boa
produção de cadáveres eram vendidos para faculdades de medicina. Tal manicômio
desativado na década de 80 era localizado na cidade de Barbacena, em Minas
Gerais. - *Leia mais em
http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/chocante-documentario-conta-historia-do-hospicio-mais-cruel-do-brasil--13240?cpid=txt.
De volta ao fluxo do relato principal: já os
pobres tinham muitos filhos pelo contrário dos ricos, por não terem dinheiro
para os lupanares e orgias. Não obstante, obtinham a domicílio mesmo, muitas
mãos de obras, comuns desde as crianças a partir dos seis anos de idade, em
qualquer serviço.
Hoje estes fatos não são mais segredo para
ninguém. Até o nosso rei ou Príncipe Regente Dom Pedro I, teve seus casos de
lazer sensual nos lupanares e com diversas bailarinas francesas, com pelo menos
duas teve filhos, e se envolveu por mais tempo com Domitila de Castro Canto e
Melo - que elevou a Marquesa de Santos - também não lhe sendo fiel, pois teve
um filho com a sua “lugar- cunhada”, irmã de sua amante Domitila, a qual morava
no Rio de Janeiro. E, existiram outros casos de Sua Majestade Dom Pedro de
Orleans e Bragança. - Se já houvesse a ‘Jovem Guarda’ ás tardes de domingo, Sua
Majestade cantaria com Erasmo Carlos: “Eu sou Terrível”.
Hoje felizmente apesar de uns pesares há uma
maior liberação e algum apoio maior às mulheres. E há em curso várias
reivindicações de iniciativa delas e de parlamentares.
Quando me formei em Ciências Jurídicas e
Sociais, nos anos 80, não havia a Delegacia da Mulher, nem a Lei Maria da
Penha, que de forma inconteste foi um avanço no reforço à defesa da mulher,
além de juridicamente no Código Penal e Processo Penal, artigos que tratavam da
"honra do marido traído" mesmo nos casos de homicídio, também no
Código Civil e seu diploma regulamentador o CPC. O capítulo, parágrafos e
artigos que tratam da família (Direito de Família); *as separações:
pós-divórcio (antes não contemplados pelo desquite) e direitos da mulher
cônjuge ou companheira que convivam maritalmente sobe o mesmo teto, teve
modificações, que recaem a bem da mulher, e outras edificações jurídicas.
Neste contexto, ao Amor não cabe imposição,
interesses familiares ou grupais. Não cabe mais construir metáforas romanescas,
o sofrer por sofrer de amor... como nos contos de fadas em que do interior da
Fera sempre houvera esperança de ressurgir um príncipe para a Bela retratar sua
saga em lindos acalantos. Se assim fora, maravilha! Mas quando comprovadamente
a Fera for realmente 'fera' - não há alternativa se não sair desse
relacionamento escravagista, repleto de pancadaria, infidelidade e desamor,
onde a mulher é mais objeto do que um traste jogado no sótão. Mas nunca se
esquecendo, sem falso puritanismo, de que também de própria e livre iniciativa
da mulher se faz objeto sexual de forma sórdida e extremamente passiva; se
vende e se escraviza à devastadora pornografia e se doa a outro ser humano por
diversas razões... Vejam-se os ‘programas’ pelas avenidas, ruas e becos ‘de amargura’, filmes,
vídeos além dos programas televisivos levados para o interior de nossas salas,
beirando a raia de dejetos.
*
Só relembrando, uma personagem já citada -
Domitila - conta a História, por exemplo, que ela recebia constantes
espancamentos por Felício seu primeiro marido, do qual mesmo ela tendo sofrido
tentativa de homicídio (hoje, não sei por que, se diz feminicídio) como se as
mulheres não fossem da espécie humana; fossem Extras Terrestres. Mas, Domitila
sofria de Felício inúmeras agressões
físicas - Felício era oficial mineiro do Corpo dos Dragões de Vila Rica .
Tentou Felício se reconciliar com Domitila, dizendo-se regenerado; mas não; a
bebida, a violência de caráter e o jogo de cartas o levaram a produzir duas
facadas em Domitila uma na coxa, outra no abdômen, esta ficando meses entre a
vida e a morte.
O inverso em menor número também é válido,
sendo o mais constante a infidelidade conjugal ou adultério por causa de falha
moral, quando não por outra causa.
Tudo se resume na falta de Amor de um para
com outro, a falta de interesse no bem estar comum, somados ao desdém para com
as necessidades biológicas naturais e emocionais do outro...
Quando é assim, com total falta de
cumprimento das obrigações conjugais e sexuais, não têm solução; não têm
remédio ou terapia de autoajuda que dê jeito. Quando as outras mulheres são
melhores que a sua esposa, ou vice-versa, o casamento estará falido.
Eu sei que às vezes é difícil de aceitar um
papo assim direto. Mas há a questão da dignidade ou amor pessoal (antigamente
se falava em honra - lavar a honra), marcavam-se até duelos... hoje se mata com
tiros ou facadas, pauladas, linchamentos...
Não importa mais a classe social. Quem mora
em condomínio ou apartamentos em edifícios de vários andares, onde predominam
ricos e classes médias altas; não são ‘pés-rapados’... e noticiários atuais divulgam assassinatos
passionais (contra mulheres) nesses
locais.
Não perca sua cabeça porque alguém não lhe
corresponde ao amor que acha que é maior que da outra pessoa. Num dos casos o
homem tinha 59 anos a mulher (e muito bonita) tinha 28. Ele espera mais o que
da vida agora? Outra mulher a princípio, sabendo quem ele é, o que fez ou pode
fazer, não vai aceita-lo nem com vela
amarela acesa.
Não somos nós que iremos traçar os caminhos.
Estragando-se a travessia, vai ficar de difícil a impossível atingir o porto do
destino. Meu pai em sua filosofia rude de sulista dizia: “Não ponha anel de
ouro em focinho de porco. E... quem te despreza é porque nunca te amou”!
Estamos falando de Amor que comporta uma
equivalência correspondente, como fossem dois pratos de uma balança nivelados
em peso e valor. Como um nível cuja bolha estará perfeitamente encaixada no
demarcador do relacionamento. Evitar os desvios e desníveis, sopesando a um
mais e outro menos, onde este último vai sofrer lastimar e chorar.
Além do amor próprio que carregará consigo
seja com quem for, deve estar certo que em questões humanas se ganha e também
se perde. É o caso de saber quando e o motivo de pôr um fim num relacionamento.
Sem rusgas, sem culpas, sem estresse.
Em nenhum momento podemos dizer que é fácil -
também por isso foi dito 'saber terminar.' Livrar-se daquilo que é desamor:
fábrica de lágrimas, tristezas, angústias e de infelicidade. Valorize-se, dê a
você, todo o amor que não recebe. A outra pessoa não é nenhum ídolo, é de carne
e osso - ou ‘carne de pescoço’ - como diziam os mais antigos; e faz todas as
mesmas necessidades fisiológicas que você, igualitariamente, nada de ouro com
perfumes de alfazema!
Transfira o amor que não recebe por
bônus de valor para você. E saia de
cabeça erguida para encontrar um outro alguém; humano , na melhor acepção da
palavra, digno de todo o Amor que tem para lhe dar.
Uma pessoa pode parecer absolutamente
encantadora no começo, mas talvez logo você tenha que se perguntar para onde
foi todo aquele encanto ainda em plena juventude... antigamente "aquele
corpinho de violão" para a mulher - hoje se diz 'aquele corpão', barriga
de tanquinho, etc. “Nem tudo que reluz é ouro”, para ser direto.
O amor verdadeiro é algo que vai além de
[mesmo compreender as divergências] e amar as coincidências; que, aliás, é o
que há de menos importância na composição da psicobiologia das pessoas. Um amor
sincero e verdadeiro é se apaixonar pelas diferenças naturais, saber que um
genética e fisiologicamente são seres humanos
de conformação diferentes de
origem diferente, e graças a Deus [na maioria quase absoluta]nem parentes somos
- ‘todos’ - somos possuidores de imensa diversidade, tanto quanto o número de
células que nos compõe.
E com grande regularidade, ao conhecermos
outro alguém, nos momentos iniciais de interação, formarmos a primeira
impressão, impressão essa que é influenciada pelas atitudes e gestos, ou seja,
comportamentos. Pesa nos primeiros contatos e encontros o conhecimento de como
essa pessoa é, e se vai muito pela
aparência física que é o natural.
Ainda acontece de vir no ‘pacote’, a ilusão
de que a aparência, aspectos físicos e comunicação corporal, dizem das
características da personalidade humana, a compreensão da vida e tudo o mais
que a formam.
Dou como exemplo - de homem que sou - que a aparência física, o corpo de uma
mulher, os traços de seu rosto, em suma sua beleza: seus cabelos [se forem da
cor que aprecio, melhor sendo naturais], altura, postura, andar, como se
veste... Aqui é importante dizer que a primeira impressão é a que fica...
Se quisermos conquistá-la para relacionamento
sério, iremos detalhar sobre esse caso. Se nem pensarmos, sendo apenas uma
‘namoréte’ - [‘peguete’- este termo já era], pouco importa como ela está
vestida ou ‘desvestida’, o que no último caso até se acham melhor.
Conforme a intensidade do impulso ou que
almejam (ambos) obterem, a atratividade física vai estar no topo das
preferências. Contudo levamos em conta também a propositura da visão do ‘belo’,
“cada ponto de vista é uma visão de um ponto” - e quem ama o 'feio', bonito lhe
parece.
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*Separações conjugais - Desquite/Divórcio -
Pelo advento da Lei nº. 6.515 de 1977, que o substituiu primeiramente o
“desquite” pelo vocábulo “separação”, admitindo, igualmente, a modalidade
consensual (amigável) e contenciosa (litigiosa). O art. 24 da chamada Lei do
Divórcio estabeleceu o primeiro diploma normativo acerca da matéria, assim
dispondo: “O divórcio põe termo ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio
religioso”.
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